quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Balanço I

Mais um ano. Quase igual ao anterior. Parecem-me todos semelhantes, desde há uns anos para cá. Não lhes tenho sentido grande diferença!
Se pensar no penúltimo dia do ano passado e no que tinha na altura, acho que acrescentei pouco, ou mesmo nada. Estava muito triste nesse dia e continuei assim, mais algum tempo. Disse na altura, a uma amiga, que para o próximo ano, tudo seria diferente. É, eu disse isso! Mas ficou tudo na mesma! O que eu queria que mudasse, onde eu queria as diferenças, é onde tudo está igual. E não foi por falta de esforço, de empenhamento, de vontade. Simplesmente as mudanças não aconteceram... Se fui eu ou se foi o mundo, que manteve tudo na mesma, não sei...
Tenho mais rugas, mais cabelos brancos, mas na minha vida tudo continua igual. Tenho o mesmo que tinha há um ano atrás...nem mais, nem menos!
Dei comigo, hoje, com o mesmo sentimento de há um ano atrás: tristeza! Este ano, vou acrescentar à tristeza, o abandono. Já o tinha o ano passado, mas não lhe tinha ainda encontrado o nome. Acho que é dele que nasce a minha tristeza...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Porque o medo não pode mandar

Há pouco, nas noticias, fizeram um balanço do número de vitimas de violência doméstica: 25 mulheres morreram, vitimas do marido, do namorado ou do companheiro, 47 sofreram tentativas de homicídio, por parte dos mesmos agressores.
Numa instituição onde trabalhei, tínhamos uma funcionária vítima de violência doméstica. Não sabíamos como ajudar. Ela fechava-se a cada tentativa de tocarmos no assunto. As marcas físicas eram pouco visíveis, mas as colegas vinham-nos contar, em surdina, alguns dos desabafos dela. Tão impotentes nos sentíamos, que decidimos contactar a APAV e pedir ajuda. Nós, enquanto técnicas, pouco sabíamos do tipo de ajuda que podíamos dar, que tipo de conselhos ou qual a melhor forma de abordar a questão com a vitima.
Foram excepcionais! A nós, técnicas, deram-nos algumas "aulas" preciosas. E um manual, feito pela APAV, para nos apoiar. Mas nós queríamos mais. A associação faz, de forma gratuita, formação sobre violência doméstica. A Direcção aceitou e nós achámos que seria excelente, não só para os jovens que frequentavam a instituição, mas também para os funcionários. Para toda a gente assistir, tivemos que fazer dois dias de formação. No primeiro dia, no primeiro grupo, estava a funcionária que nos tinha levado a procurar a ajuda da APAV. Faltou! Não foi trabalhar nesse dia! No segundo dia, chegou mais tarde!
Nas conversas que tivemos com as técnicas da APAV, foi-nos dito que na linha de apoio (707 20 00 77), acompanhavam algumas mulheres há mais de 10 anos! Nunca deram o passo definitivo com medo, com vergonha, com pudor.... mas sobretudo com muito, muito medo!

(Hoje, olhando para trás, acho que não era só uma funcionária... eram mais! Mas existem sinais que só reconhecemos com a experiência... e com o que a vida nos vai ensinando!)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Era o vinho, meu deus, era o vinho...

Quinta da Gaivosa 2003 (Tinto)
Sim, eu gosto de vinho, de preferência tinto! Uns bons petiscos, uma boa companhia e um bom vinho, deixam-me perto do céu. A sério! Pronto, 'tá bem, a boa companhia e o bom vinho também! Se for com lareira, melhor (ah, que saudades da minha outra casa... a minha lareira... a sala quente... ai, ai a memória a pregar partidas... e a deixar-me com água na boca...)! Vá, mas isto agora não interessa nada, o meu post é só sobre este vinho! E seus efeitos... e não sobre fantasmas. (Mas que fiquei com um sorriso estúpido, isso fiquei! É, outros vinhos... outra época...quase outra vida!)
Este Quinta da Gaivosa 2003... Já nem sei o que veio antes... Claro que ao fim de duas garrafas, o resultado foi "perverso"... bem à beira da desgraça... bem à beira do descontrole...
Ainda tentámos a terceira garrafa! Não deixaram! Oh!!!!!
Mas eu vi! Sim, eu vi em que sítio da garrafeira é que a puseram! Sim, eu registei: na secção dos "douros"! Na terceira fila, a contar de cima, para ser mais exacta! Aposto que "ela" não vai escapar, para a próxima... eu não deixo!

(Pois, ainda bem que não fomos para a terceira...! Se com duas já foi o que foi, recuso-me a imaginar os cenários após a terceira!)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Só de passagem

Vá, rápido, muito rápido... Hoje é daqueles dias em que parece que ainda temos tudo por fazer. Aparece sempre alguma coisa que nos esquecemos, à ultima hora! Eu ainda vou fazer os sacos! Sim, porque eu moro cá, mas não sou de cá! O "homem da minha vida" é que lucra: tem dois natais!
Bom, mas este post era só para desejar Feliz Natal!

Ah, e para pôr a minha música favorita de Natal! (Existe uma cena na serie"Os homens do Presidente", arrepiante, com esta música. Um dia destes, faço um post!)

The Little Drummer Boy


Pronto, já está! Agora vou tratar do que ainda falta! E aposto que no fim, me vou esquecer de alguma coisa!
Feliz Natal!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

For Dummies

Pronto, eu tenho uma página no Facebook!
Mas não percebo nada, mas mesmo nada daquilo! Como consegui criá-la, ainda não sei! Consigo enviar mensagens, ver todos os meus amigos, já encontrei alguns amigos tresmalhados, mas... fico por aqui! Não entendo o funcionamento do resto! E mesmo o que já fiz, sabe Deus como, porque eu não faço ideia... Até já tentei ser fã de uma "cena", mas nem isso consigo... é um desespero! Por mais que tente, não "avanço" mais! O "software" não é nada friendly....
Fui à procura de um Facebook for Dummies! Durante o processo, encontrei este!


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cagaréu

"Vocábulo pelo qual eram conhecidos os pescadores da Beira-Mar e, actualmente, os naturais da Freguesia da Vera-Cruz.
Dizem uns, que o vocábulo apareceu de um hábito dos pescadores: cagar-à-ré!
Dizem outros, que o nome veio de os pescadores se sentarem na tábua triangular existente à ré (nos moliceiros) e que se chama, ainda hoje, "cagarete"!"

("Copiado" de um letreiro, afixado na melhor casa de "ovos mois"! Sim, "ovos mois"! É assim que se diz na Beira-Mar. Ovos moles é uma modernice de quem não fala à "ranteleira", à moda da Beira-Mar. Assim como fios d'ovos! Porque na minha terra diz-se: ovos em fio!)

domingo, 20 de dezembro de 2009

A lousy week...

... em provérbios:

- Não há pior cego do que aquele que não quer ver;
- Olhos que não vêm, coração que não sente;
- Longe da vista, longe do coração;
- Quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita;
- Quanto mais alto se sobe, maior o trambolhão;
- Fia-te na Virgem e não corras e logo vês o tombo que levas;
- Não se deve contar com um ovo no cu da galinha!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O grande X














Sim, é uma foto! Sim, eu sei! 'Tá péssima! Sim, fui eu a "artista"! Mas, para além desse detalhe, também foi tirada com o telemóvel que é praticamente jurássico. E ainda parei no meio de uma rotunda para tirar a "dita"... sem sair do carro. Pois, pois... mulher ao volante... blá, blá, blá... enfim, essas bocas todas! E umas quantas buzinadelas! Vá, não me mandaram cozer meias, 'tou cheia de sorte!
Portantos
: definição e resolução, nicles! Mas como o que importa é a intenção... e o grande X no céu... porque era essa a ideia, mostrar o X!
E a inquietação que foi, para a "sacar" do telemóvel?! Bem, um filme!
Claro, se não fosses tu, a foto continuava no telemóvel! Thanks!

domingo, 13 de dezembro de 2009

"outra coisa é o amor"

O que me leva a pensar: porque raio é que, nós mulheres, vos mantemos cá dentro, na caixa das memórias, tanto tempo?!
Qual é a nossa necessidade de continuar a remoer, mesmo depois de tudo acabado e enterrado?!
Vocês, homens, deviam ser como os lastros dos balões: depois de os largarmos, nunca nos questionarmos onde caíram ou onde estarão... apenas termos a certeza que tivemos de os largar, para continuarmos a voar. Sem mais explicações! Sem mais nada para entender ou perceber. Simplesmente seguirmos em frente, continuarmos a viagem...

sábado, 12 de dezembro de 2009

Conversas...

... com o "homem da minha vida"!

À noite, já na cama, depois de ler a história e já de luz apagada:

- Mãe?!
- Diz, filho...
- Sabes mãe, eu pedi ao Pai Natal do Fórum, a pista do Spider Man que eu já tenho...
- Eu sei, filhote, mas não percebi: se já tens, porque pediste outra ao Pai Natal?!
- Pois... sabes mãe, aquele Pai Natal não é a sério!
- Não?!?!
- Não, mãe! Eu vi! Era uma pessoa disfarçada de Pai Natal! Eu vi por trás da barba! Era uma pessoa! Não é o Pai Natal a sério! Era uma pessoa disfarçada com o fato!
- Tens a certeza?!
- Sim, tenho! Quando vir o Pai Natal a sério é que lhe vou pedir a pista nova do Faísca, sabes, aquela que tem o Mac que não saí... É essa que eu quero!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

The Dear Hunter

Ora então muitos Parabéns, "Senhor Caçador"!!!
Que o seu belogue continue assim, cheio de imagens geniais das suas fabulosas caçadas!!
Em jeito de presente, aqui fica um pequeno glossário:

:-) feliz, felicidade, alegria
:-D feliz, a rir, a dar gargalhadas
;-) feliz, a piscar o olho, com ar "maroto"
:-( tristeza, triste
:-p a pôr a língua de fora, com sarcasmo
:-o surpresa, surpreendido
:-* beijo
{ } abraço
{{***}} abraços e beijos

É com grande deleite e muito prazer que frequento o seu "mui nobre Pavilhão de Caça". E que bem lhe assenta o nome de Pavilhão de Caça! Digno de ser a morada de um "Mui Gentil e Nobre Caçador"!

Agarra-me esta noite...

Onde estiveres, eu estou
Onde tu fores, eu vou
Se tu quiseres assim
Meu corpo é o teu mundo
E um beijo um segundo
És parte de mim

Para onde olhares, eu corro
Se me faltares, eu morro
Quando vieres, distante
Soltam-se amarras
E tocam guitarras
Por ti, como dantes

Agarra-me esta noite
Sente o tempo que eu perdi
Agarra-me esta noite
Que amanhã não estou aqui

Agarra-me esta noite
Sente o tempo que eu perdi
Agarra-me esta noite
Que amanhã não estou aqui

Agarra-me esta noite - Pedro Abrunhosa

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A tradição já não é o que era...

Já estamos perto do Natal. Desde que nasceu o "homem da minha vida", que eu digo: "- É este ano! Tenho que o levar a Lisboa para ver as luzes de Natal!" E passa o mês de Dezembro e o puto continua sem lá ir, para ver as tão proclamadas luzes de Natal. Vamos ver se é este ano...
Era um ritual do meu pai, ir a Lisboa, pelo menos uma vez por mês. Mas era mesmo obrigatória uma ida antes do natal. Começou por ser para "abastecer" a casa do bom e do melhor, com artigos que só em Lisboa se encontravam e, com o meu nascimento, converteu-se em mostrar Lisboa à "menina"! Ficávamos sempre uma semana. A minha mãe desesperava: tanta coisa para fazer para o Natal, e o meu pai a perder tanto tempo em Lisboa. Durante essa semana, eu passeava na baixa lisboeta todos os dias!
Na altura, Lisboa tinha as iluminações de Natal mais fantásticas do país. Nenhuma cidade lhe chegava aos pés. Qual Funchal?! Iluminações de Natal eram em Lisboa! E eu amava! Mesmo! Lembro-me da minha excitação, ao chegar à Praça da Figueira e ver todas as ruas cheias de luzes. É a minha imagem de Natal preferida: a baixa de Lisboa iluminada para o Natal. A sério! Ainda hoje, lembrar-me disto, me deixa um sorriso tonto espalhado na cara! E uma vontade imensa de voltar a ser criança e andar por Lisboa, pela mão do meu pai...
O meu pai ia para o seu "santuário": a Livraria Bertrand, no Chiado. Passava lá grande parte dos dias! Mas organizava as minhas "visitas"! Na véspera de irmos embora, tínhamos um percurso bem definido: os Armazéns Eduardo Martins (de onde vinham os cortes de fazenda para os fatos e os tecidos finos para os vestidos), a mercearia fina Jerónimo Martins (as melhores frutas tropicais, que o meu pai fazia questão de ter na mesa de Natal, os figos secos, as nozes...), a Casa Batalha, enfim o "subir o Chiado"a fazer compras. Não esquecendo a visita à Havaneza, para comprar os charutos e a ida (sem mim!) ao Bazar Thadeus (de onde vieram algumas das mais fantásticas prendas de Natal que eu tive!).
Durante essa semana, eu e a minha mãe palmilhávamos toda a baixa: Rua da Prata, Rua do Ouro, Rua Augusta... Ou melhor, toda a zona entre o Martim Moniz e o Terreiro do Paço que tivesse comércio. Que eram quase todas as ruas! Fazíamos quilómetros! Mas o meu pai não deixava que fossem apenas compras: eram obrigatórias as idas ao Coliseu dos Recreios, para ver o Circo, ao Aquário Vasco da Gama, ao Museu dos Coches... Durante anos, vi todos os espectáculos de Circo de Natal, que passaram no Coliseu. Deve ser por isso que detesto Circo: overdose!
Faltam as castanhas! Que também era tradição comprá-las logo à entrada da Rua Augusta e percorrer a baixa com o pacotinho na mão, a descascá-las e a comê-las. E falta a história das escadas rolantes nos Armazéns Eduardo Martins, as histórias da Livraria Bertrand, dos "Duchaisses" com chocolate quente, na Pastelaria Suissa, e os bifes panados com esparregado, no Novo Dia... faltam tantas histórias aqui... Ah, a história do Bolo-Rei, que vinha pelo correio todos os anos, da Pastelaria Castanheira, ali nas Portas de Santo Antão, e que trazia sempre dois brindes...
Histórias vividas a três, com Lisboa como pano de fundo. Uma Lisboa que já quase não conheço, mas que continua na minha memória, tal qual lá estivesse estado ontem, pela mão do meu pai!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Os mesmos sinais

Continuam todos lá. Os sinais. Quanto mais ela olha, mais percebe que eles lá estão. Que já lá estavam. Que apareceram na altura devida. E que ela os viu. Mas não lhes quis dar importância. Mas viu-os. E leu-os. O que é que ela vai fazer? Ela sabe bem o que tem que fazer!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Bolsos alheios

Há pouco tive que sair. Eram 10.15 da noite e estavam 10 graus. Tenho um monumento nacional bem perto de casa e, no regresso, parei numa passadeira para deixar passar duas pessoas.
Eram um casal de "quarentões", abraçados, com as mãos enfiadas nos bolsos traseiros das calças um do outro. Ele apontava para o dito monumento, a explicar algo... E eu fiquei a vê-los e a sentir-me invejosa!
Uma inveja branca, mas ainda assim inveja...
Inveja de não estar de casaco vestido e de não estar do lado de fora do carro. Inveja, por não ser a mim que estavam a explicar alguma coisa. Inveja de não ter um braço a abraçar-me e de não ter a minha mão em "bolso alheio"...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O poder das imagens













A máquina até pode ser menor, mas a força das imagens não!
Esta imagem fez-me pensar nesta pele, nesta mania, nesta caçada, neste murmúrio, nestas paredes e... na minha amiga V.
Todos eles (e ela!) têm o Poder de nos fazer pensar, emocionar, ver, rever, recordar, conhecer, escutar, querer, desejar... enfim, sentir o mundo que nos rodeia! E que tantas vezes nos escapa!

Ainda bem que vocês andam por aí, armados em "japoneses", com as máquinas na mão!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sinais

Sim, há sinais. Claro que há sinais. E estão todos lá. Não falha um. E ela conhece-os. A todos. Ela já os viu. A todos. De que é que ela está à espera? Não sei. Mas ela sabe que estão todos lá!

A slipper by the fireplace


(...)
She pours a daydream in a cup
A spoon of sugar sweetens up

(...)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Walking by...

Ando a "viajar na maionese". Completamente!

Adenda: Não é um blog! É uma expressão!