quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Hit&Run

Hit and Run baby, hit and run...

... 'cos neither of us has the guts to Hit and Stay...

... a couple of cowards, that's what we are, baby...

... both!!!







(Now, imagine what could happen if we decided to Hit and Stay...)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Já dei!!!

Já dei para muitos 'peditórios'! Acabei de entrar na fase de (também) já dei para 'este'!

Vamos lá ver se explico isto de uma forma clara: estar 'interessada' num homem não é querer uma anilha no dedo, nem querer um 'rótulo' de mulher ou namorada! Quando se chega a esta idade, já se deu para esses peditórios, já se cumpriram todos esses rituais, já se percebeu onde nos levam...
Estar 'interessada' num homem é só isso! Pelo menos para este espécime feminino, que nunca acreditou em príncipes encantados, em relações perfeitas ou na existência de almas gémeas (conceito que, ainda hoje, me 'arrepia até aos cabelos')! Já sei, já sei... não sou uma romântica! É pá, perdoem lá o facto de ter os dois pézinhos bem assentes na terra e de me recusar a viver no mundo cor-de-rosa da relações perfeitas, onde tudo tem de encaixar: desde os rituais da 'cama', até aos fatos de cerimónias onde a gravata condiz com a toilette da mulher, passando pelo dia-a-dia monótono de saírem os dois no mesmo carro e de ele a ir levar ao emprego!

Ora, esta 'cena' de se sentirem pressionados ou o raio que parta, só porque uma mulher está 'interessada', deixa este espécime um bocadinho fora de si... Óbvio que, se estamos 'interessadas', queremos concretizar as coisas, se é que me faço entender... Já não sou uma virgenzinha de 16 anos, nem nunca tive jeito ou paciência esses jogos de 'fugir p'ra ver se me agarras' ou 'quero muito ir p'rá cama, mas só depois de 3º encontro'! MAS... (big, big, big mas), isso não significa que acordo no dia seguinte a achar que sou 'o que quer que seja' do outro! Continuo a ser eu, apenas eu, com o meu filho para tratar, a casa para arrumar, com toda a minha vida exactamente no mesmo sítio e a precisar da minha atenção! Arrisco a dizer que não serei exemplar único... haverá outras por aí, como eu! Admito que os espécimes das relações cor-de-rosa, das idas p'rá cama enquanto sinonimo de anilhas, 'rótulos' ou compromissos sérios possam predominar, mas existem excepções... irrita-me que me tomem pelo 'todo'!

Ah pois, blá, blá, blá... tem traumas... blá, blá, blá... sofreu muito... blá, blá, blá... é preciso compreender... Claro, eu também tenho 'bagagem', traumas, também já 'sofri' de amores e desamores e, exactamente por isso, é que penso como penso. Mal de mim, se no fim de tantos anos a dar 'cabeçadas' valentes, a usar os pensos rápidos que tenho debaixo do lavatório da casa de banho e a minha pomada 'Cicatrin', não tinha aprendido nada!!! Por isso é que demoro até me 'interessar' por um homem! Não é qualquer 'carinha laroca' que me faz virar a cabeça... e se me sinto 'interessada', lá terei os meus motivos...
Evidente que os meus fantasmas cá estão, assim como os meus medos... ninguém chega a esta idade sem eles! É preciso é decidir: se nos vamos esconder atrás deles e, então, nem sequer tentamos estar com ninguém (isto é o que me parece mais justo e, aí  não 'damos bola' a ninguém!), ou se os vamos enfrentar e até 'damos bola' a quem está interessado. Mas aí, já não me parece nada justo, depois, alegarem-se os medos e os traumas! A fazerem-se essas alegações, é logo no início!!! E não 'damos bola' a ninguém, ponto!!!

Que tal se tentassem, se investigassem, se tentassem perceber como pensa quem vos 'aterrou' nos braços, antes de darem uma de 'traumatizados, coitadinhos'?! Para onde é que foi a noção do 'vamos ver no que dá?! Devo ser muito antiquada... deve ser resultado de alguns anos 'fora do mercado'!!!

Ah, só mais uma coisinha: a 'cena' de não criar expectativas ainda me irrita mais! É claro que se têm expectativas... MAS de ver no que dá!!! Pode não dar em nada, ou pode dar no que as duas pessoas concordarem que querem!!! Não são expectativas de anilhas, 'rótulos' ou compromissos sérios... as relações entre duas pessoas são como os presentes embrulhados: NUNCA sabemos o que lá está dentro!!! É preciso desembrulhar e ver! Se não gostarmos, temos sempre a hipótese de trocar! Uma relação entre duas pessoas, para mim, é o que elas quiserem que seja, sem noções pré-concebidas e sem todas as 'regras' que a sociedade gosta de impor, quando rotula uma relação. Não acredito nas relações pré-feitas e em regras à priori, impostas ou sugeridas pelos 'rótulos'. Uma relação, seja ela de que tipo for, é sempre uma construção... até as amizades se constroem... e as relações entre pais e filhos!!!

(Espero que, com tantos pontos de exclamação, virgulas, três pontinhos e outra pontuação do género, me tenha feito entender! É que isto de 'falar' sem mexer as minhas mãos, dá sempre em excesso de pontuação!!!)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sou, a partir de hoje, algo que nunca quis ser. Com grande desgosto meu, ganhei o que não queria, mas que tinha que ganhar. O mais correcto, o mais acertado, a atitude mais responsável, talvez até o mais justo, mas nada disto apaga a gigantesca tristeza com que passo a desempenhar, oficialmente, a tarefa mais ingrata da minha vida. Já era minha, desde há um ano, por amor, carinho, respeito, devoção e dever, mas a sua legitimação só a vem tornar ainda mais ingrata e pesada.

domingo, 6 de maio de 2012

Carta ao Medo

Meu Caro Medo:

Devia perguntar-te como estás, mas sei que estás bem... Continuas a cumprir a tua função ancestral de mecanismo de sobrevivência contra tudo o que pode ameaçar a vida humana. Mas não é por esta tua função que te escrevo...

Escrevo-te por tu atrapalhas a vida normal, do dia-a-dia, do quotidiano, impedes-nos de aproveitar a vida com essa tua mania de aparecer, subrepticiamente, à sucapa, nas esquinas, nas curvas, até mesmo onde achamos que estamos bem, que tu estás longe, muito longe...

Não me queixo dos Medos antigos, mas dos novos! Os antigos, como bem sabes, aprendi a lidar com eles, não sei se muito bem, mas aprendi...

Mas tu és um gajo tramado! Teimas em não me largar! Aprendi a reconhecer-te às primeiras indecisões, às primeiras fugas... demorei anos, mas aprendi a reconhecer-te! Invento estratégias para te ultrapassar, nem sempre sou bem sucedida, mas não desisto...

Sinto-te: lá vens tu... primeiro escondo a cabeça na areia como a avestruz... depois irrito-me comigo mesma (ainda com a cabeça na areia)... obrigo-me a pôr um olhito de fora e deixo guarda-chuvas em carros alheios... depois, lá tenho coragem e ponho o outro olho de fora, mas ainda não levanto a cabeça... fico perto do "buraco", não vá o diabo tecê-las... olho à volta, sinto-me confiante e começo a levantar o pescoço, lentamente... e tiro fotografias a caracóis e publico-as...de repente, levanto o pescoço, estico-o e ganho coragem para te olhar de frente, olhos nos olhos...  o meu pescoço está levantado, esticado, tenho orgulho de mim pelos minúsculos passos que dei... torno-me ousada, valente... YES!!! Enfrentei-te!

Ah, mas tu és fodido!!! Tu sabe-la toda... Tu gostas de ganhar! Mesmo com tudo o meu esforço, com toda a minha coragem, com toda a minha bravura e ousadia, tu não desistes! Sacana!!!
Fizeste uma retirada estratégica, estavas escondido... deixaste que tudo acontecesse... estavas quietinho, sossegadinho, olhavas-nos e pensavas: - "Isso, aproveitem! Aproveitem a minha folga! Até vos vou conceder esta benesse! Vá, sintam lá o que é não terem medo! Eu já vos apanho..." E apanhaste, ó grande sacana!!!

Sabia que estavas lá, escondido... ou melhor, estavam! Sim, eu sei bem que vocês são dois! Tu, que és Meu e Tu, que és do Outro! Mas vocês achavam que eu não sabia?! Posso ter ignorado o Outro, estava muito ocupada a lidar com o Meu, mas pressentia a sua existência... Agora, não consigo lidar com dois ao mesmo tempo... e estavam ambos escondidos no armário!

Cada um sabe de si e dos seus Medos! Por qualquer conjuntura astral favorável, duas pessoas enfrentaram-vos como podiam e sabiam... e vocês tiveram que se esconder no armário!
Não, ó Tu que és do Outro, não julgues que ganhaste... não ganhaste! Estavas lá, à espreita, isso sim... mas não te deixámos entrar... apenas pairaste, rondaste... não queiras louros de algo que não conseguiste! Admite que te derrotámos, pelo menos dessa vez. Ou que o teu dono te derrotou, tanto faz... não conseguiste, ponto!
Mas agora sim, estás claramente a ganhar! Até te faço uma vénia, se quiseres! Concedo-te a vitória: pronto, ganhaste, és o maior, o mais forte, o mais esperto...Leva lá a bicicleta!

 E Tu, ó meu Medo, também!!! Não sei se empurrado pelo outro, se por moto próprio, estás a ganhar! Satisfeito, ó grande sacana?! Deves estar! A esfregares as mãos de contente?! Aposto que sim! Sabe-te bem ganhar, não sabe?! Eu sei que sim... Ganhaste!

Tenho, de novo, a cabeça enfiada na areia, como a avestruz! É pá, ganhaste! Também podes levar a bicicleta! És o maior, mais forte do que eu, melhor do que eu...

Goza a tua vitória enquanto podes! Sabes bem que, mais dia menos dia, eu descubro uma nova forma de te enfrentar... mas, por agora não!  Mal posso com o teu peso, ó meu Medo, quanto mais com dois...

Ganharam! Orgulhem-se disso!
Nós continuaremos as nossas vidas, com Medo...


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Blue...

... but not blue! :-)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Meu filhote de leão:

Pensei em escrever-te um texto cheio de elogios, pelos sete anos em que estamos juntos. Elogios merecidos, já que saíste "melhor que a encomenda", digo eu, cheia de orgulho... Mas pensei melhor... E lembrei-me de uma história nossa, da qual tu só recordas alguns bocados. Achei que devia escrevê-la toda para que, um dia, tu a possas ler e saber como era a nossa relação!

Não quero que me imagines uma mãe perfeita, uma mãe que é só mãe, que não tem vida para além de ti. Quero que penses em mim como uma mulher inteira, com amores e desamores, que te ama acima de tudo, mas que tem uma vida para além de ti... assim como quero que tu tenhas uma vida, só tua, para além de mim... Digo-te muitas vezes que vou estar sempre aqui, como teu porto de abrigo, sempre que as tempestades "lá de fora" te abalarem... porque são as "tuas" tempestades, não as "minhas", tens que ser tu a vive-las e não eu... mas o porto de abrigo estará sempre aberto, terás sempre um colo, um ombro, os meus ouvidos e muitos conselhos! Terás sempre uma MÃE!

Quando faço estas introduções, tu dizes-me sempre: - Mãe, então e a história?! Não contas?!

Já lá vão quase dois anos. Eu andava triste, muito triste, tão triste que nem sabia o que fazia... mas o meu maior medo eras tu: como estarias tu a ver a minha tristeza?! Como estarias tu a sentir a minha tristeza?! Pensarias que era por tua causa?! E essa ideia deixava-me com "os cabelos em pé"! Como se explica a um miúdo que se teve um desastre amoroso?! Tu nem sabias que eu tinha tido "alguém", como é que eu te ia explicar que tinha deixado de ter?! E que essa era a raiz da minha tristeza?! 
Optei por uma história! Tu gostas de histórias, gostas que te conte histórias... E a história era sobre uma Rainha. Uma Rainha que tinha um Príncipe e que vivia num castelo, sozinha com ele. E era feliz!

Mas...

As Rainhas são mulheres! E, por muito que gostem e sejam felizes com os seus Príncipes, por vezes precisam de Reis! E, às vezes, há Reis que se cruzam com as Rainhas e... bom, as Rainhas começam a gostar desses Reis... não deixam de gostar dos Príncipes e continuam a reinar no seu castelo, mas têm lugar no seu coração para gostar (também) de um Rei.
Neste ponto da história, tu, com essa tua sensibilidade que só mostras quando estás sozinho comigo, perguntaste: - Mãe, tu és a Rainha?! E eu sou o Príncipe?! Abracei-te e, juro, comecei a chorar... Estavas a perceber tão bem a minha "história"! Tinhas-me poupado a parte onde eu assumia que era a Rainha... Faltava agora a parte difícil de te explicar a minha tristeza e a sua causa... Disse-te que sim, que era eu a Rainha e tu, o Príncipe! E passei à parte complicada...

Nem sempre os Reis gostam das Rainhas! Por vezes acham que gostam e, afinal, não gostam! Mas é difícil para as Rainhas perceberem isso... por vezes, os Reis não são claros, não se sabem explicar e deixam as Rainhas confusas... E perguntaste-me tu: - Mãe, tu estás confusa?! Ri-me e disse-te que já não estava! Que já tinha estado, mas que tinha percebido que o Rei não queria esta Rainha. Não tinha sido fácil perceber isso, mas eu tinha lá chegado: o Rei não me queria como sua Rainha! E era por isso que eu andava triste! Do "alto" dos teus cinco anos, onde eu reinava como tua Rainha, perfeita e sem defeitos, tu perguntaste: - Porquê?! Porque é que esse Rei não te quis?! Ó mãe, tu dás beijos tão bons e fazes a melhor canja de todas... Gargalhadas minhas! Tu, meu filho, estavas a conseguir transformar uma confissão difícil, num momento de intimidade extraordinário, onde as minhas explicações estavam a ser facilitadas pelos teus cinco anos e pelo teu pensamento claro como água. Disse-te que as relações entre os Reis as Rainhas não são só feitas de beijos e de canja: existem outras coisas, que só os adultos compreendem... e nem sempre compreendem tudo! Eu também não compreendia muito bem porque é que o Rei não me queria, mas tinha que aceitar a decisão dele! A minha tristeza nascia daí: de continuar a gostar do Rei, de não perceber porque é que ele, afinal não gostava de mim, de não compreender muito bem tudo e de ter que aceitar a sua decisão.

A tristeza nada tinha a ver com o Príncipe, nem com o seu comportamento: o Príncipe continuava a ser o Príncipe e a Rainha a gostar muito dele! Puseste os teus braços à minha volta e disseste: - eu gosto muito de ti, mãe! Com a tua cara encostada ao meu ombro, ainda abraçado a mim, pedi-te paciência para comigo. Expliquei-te que podia haver dias onde os ralhetes seriam mais duros, dias em que não me ia apetecer rir nem achar piada às palhaçadas, mas que tudo ia passar... só precisava que tivesses alguma paciência comigo, por algum tempo... e que nunca, mas nunca, pensasses que o meu mau humor era por tua causa!

Disse-te que a história tinha terminado, que eram horas da canção de boa noite e de dormir... antes de adormeceres, perguntaste quem era esse Rei, se o conhecias... disse-te que sim, que o conhecias, mas que não te ia dizer quem era! Não interessava para a nossa história quem era esse Rei. Era um homem, ponto. Mas a tua curiosidade falou mais alto: mencionaste quase todos os meus amigos e, no meio deles, o dito Rei... ainda bem que as luzes estavam apagadas e que não viste as minhas lágrimas a correrem cara abaixo: ter-me-iam denunciado e tu, ficarias a saber quem ele era... isso não! Não te posso proteger completamente dos meus desastres amorosos, mas quero sempre proteger alguma da minha intimidade!

Sei que não esqueceste a "história"! Já houve outras alturas em que andei triste, e em que tu me perguntaste se era por causa de algum Rei... :-)
Sabes, meu filho, são estas histórias que fazem a nossa "história"... que mostram que, o que sentimos um pelo outro, nos vai manter unidos o resto da vida... mesmo que gostemos de outras pessoas!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Declaração de Independência

 (Perspectiva puramente individual e feminina da questão da independência. Mas muitas partes deste post são absolutamente uni-sexo: podiam ser escritas por um ele!)

E depois, há a questão da independência. Das pessoas independentes. Iguais a todas as outras mas com um grau de autonomia acima da "média". Falo sobretudo, das mulheres. Daquelas que vão sozinhas à oficina arranjar o carro, que sabem pôr óleo no motor, pegar numa black&decker e furar paredes, montar móveis do Ikea, emfim, que decidem sozinhas "tudo e mais um par de botas"!
Não ficamos à espera da hora do jantar, para nos "queixarmos" e alguém nos trazer miraculosamente a solução. Até porque, se o fizermos, não estamos à espera que resolvam o problema, estamos a desabafar, pura e simplesmente... estamos a partilhar informação, não à espera de uma solução!

Isto costuma ser um grande problema para os homens: partem do princípio que as nossas "queixas" exigem a sua participação directa! WRONG! Só queremos mesmo que nos ouçam! Estamos habituadas a tratar dos nossos problemas. Por piada eu digo muitas vezes que, quando quiser um cavaleiro andante, tenho boca para o pedir (e já pedi muitas vezes e continuarei a pedir sempre que precisar!). Até lá, ouçam-me, dêem-me um ombro para eu me encostar, um par de braços para me abraçar e deixem-me aninhar contra alguém no sofá! Se há coisa que nos "acalma", é isso: carinhos, mimos, abraços e muito aconchego! E, acreditem, isto faz milagres, para além de evitar imensas discussões numa relação...

Por questões genéticas, de educação, por necessidade e /ou por opção, o ser independente é como uma bandeira que vai à nossa frente. Não se carrega esta bandeira por superioridade ou incapacidade de partilhar. Faz parte de nós, é o nosso quotidiano, é a nossa forma de ver o mundo e de lidar com ele. Não queremos afastar ninguém... só estamos habituadas a lidar sozinhas com tudo o que aparece...

Sim, mas também sabemos partilhar e gostamos de partilhar. Sim, também nos sabe bem, de vez em quando, entregar os pontos e "renderrmo-nos"... mas quando nos "rendemos" é porque queremos! E rendemo-nos aos mimos, aos carinhos e também à partilha. Porque partilhar é bom!
Sim, nós sabemos partilhar, só não gostamos é que nos impunham a obrigatoriedade da partilha. Somos independentes, lembram-se?! Até gostamos que se preocupem connosco, mas não nos sufoquem, please...
Não gostamos de imposições, obrigações, de cobranças! Partilhamos porque queremos, porque também é bom partilhar, porque nos sentimos bem a partilhar. Mas não temos que partilhar absolutamente TUDO!

Até porque, se não tivermos com quem partilhar, a nossa vida segue para a frente. Não nos encostamos a um canto, a chorar ou a curtir a "fossa", simplesmente seguimos em frente. Não andamos desesperadamente atrás de alguém com quem partilhar e construir uma vida. Temos a nossa vida, gostamos dela, fomos nós que a construímos, somos nós que a gerimos todos os dias, que assumimos todas as consequências... não estamos à espera de ninguém! Se aparecer alguém disposto a partilhar a nossa vida, com tudo o que a nossa independência acarreta, tanto melhor! Se não, continuamos a andar para a frente...

O porquê deste discurso?! Porque acredito que é possível duas pessoas poderem ter uma relação, sem deixarem de ser independentes. A independência não significa uma "não partilha" de vida e muito menos impossibilita uma relação (até porque temos famílias, filhos, amigos, interesses, trabalho e tudo isto envolve formas de partilha. Mais uma vez, nós sabemos partilhar!).
No caso de uma relação a dois, os princípios serão é sempre radicalmente diferentes da noção generalizada (diria quase institucionalizada) de relação a dois. Esqueçam a simbiose, a fusão, dois que são um, unos e indivisíveis, São dois, ponto! Podem ter objectivos comuns, mas são dois! E isto é sempre muito problemático, principalmente quando um deles é independente: o outro pode não perceber! Já quando são os dois... bom, aposto que muita conversa, bastante tolerância e algum "espaço" devem ser bons truques para que dois independentes se entendam... pelo menos percebem bem a noção de "'estão-me a sufocar, HELP!"

Se é fácil chegar ao ponto de equilíbrio?! Não deve ser... Se existe uma formula mágica?! Não existe, com certeza! Mas aposto que é possível! Vontade e, atrevo-me a dizer, maturidade farão parte dos ingredientes básicos e obrigatórios. Assim como também gostar do outro como ele(a) é... sem estar à espera que ela(e) mude!

(Post escrito depois de uma longa conversa, com uma das minhas amigas, também ela "independente"!) 

(Adenda a pedido da minha amiga: (e eu concordo ;-)) Também nos rendemos ao sexo! LOL)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Grrrrrr.....

É pá, fico f.... com estas merdas!!! E já não é a primeira vez!!! Da outra vez foi um cromo da MEO, e agora foi um cromo da Telepac... 'tá bem, também é MEO, mas dizem eles que são departamentos diferentes!
Porque carga d'água hão-de achar que, só por ser mulher, não sei lidar com hardware e com software?! Mas que necessidade têm de se comportarem como homens da idade da pedra?!

Fico lixada!!! Como os gajos estão do outro lado da linha, não lhes posso acertar com uma murraça... é sempre o que me apetece fazer!!! Pior, das duas vezes eu tinha razão!!! Pelo menos este teve a decência de me pedir desculpas no fim do telefonema... mas depois de ter perguntado se eu não tinha um marido ou um namorado que me ajudasse, já não havia volta a dar-lhe: a minha irritação já tinha ultrapassado o meu grau (baixo!) de tolerância para os "machismos" que ainda grassam por aí!!!

P'ró raio que os parta!!! O outro perguntou se eu não tinha um vizinho "homem" que fizesse os testes à box, depois de eu já os ter feito todos e ter concluído que a box tinha pifado!!! Aliás, foi assim que comecei o telefonema! Não sou acéfala, nem burra!!! Mas tive que ouvir que "normalmente as senhoras não têm jeito para lidar com os equipamentos!" Pois!!! E alguém lhe disse que eu era uma senhora qualquer?! E mesmo que fosse, nada lhe dá o direito de "largar" estas pérolas de sabedoria machista!!!

Este parvalhão achava que eu não sabia configurar o software!!! Até perguntou se eu sabia o que era uma password!!! Onde raio é que vão desencantar estes cromos absolutamente pré-históricos?! E eu lá sou uma info-excluída?!?! Depois de ter posto a minha voz de "General", lá se convenceu a ver se o problema era do sistema deles... e não é que eu tinha razão?! Tinha as configurações todas em ordem: POP's, smstp's, password, redes... e já lhe tinha dito isso!!! Opsss, afinal era um erro do sistema dos gajos... Ah, p'ró raio que os parta!!! E pedir desculpas depois de várias "calinadas", já não resulta!!!

O grande problema é que nunca, mas nunca presto atenção ao nome dos cromos! Quero lá saber disso! Tenho um problema e quero resolvê-lo! Nem me passa pela cabeça "ouvir" o nome do cromo que me atendeu!
Enfim, 'tou com vontade de bater em alguém!!! Mas já consigo aceder à conta de mail da telepac... agora só preciso de um saco de box para aliviar a irritação!!!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Receita caseira, feita com colher de pau!

Se é possível ter uma relação a vida toda?! Ou mesmo para o resto da vida?! Sim, claro que é possível! Agora, não será é nada fácil. Não existem formulas mágicas, nem receitas milagrosas e ainda não se vendem "relações instantâneas", daquelas que é só juntar água e... já está! Nem conheço manuais que ensinem a ter relações perfeitas (perfeição também não existe!) ou ditas normais.
É daquelas "cenas" onde até a generalização é perigosa: não existem duas pessoas iguais, nem duas relações iguais! Até nós somos diferentes de relação para relação. Comportamo-nos de forma diferente perante situações idênticas, consoante a pessoa que temos à nossa frente. Aqui também costuma entrar o passado, se lidámos bem ou mal com o que está para trás, se soubemos ultrapassar traumas, dramas, se temos ou não coragem de percorrer um caminho semelhante... porque nos pode levar a um desfecho semelhante... ou a um desfecho totalmente diferente...
Não me refiro às relações dos vinte anos, em que tudo é novo ou nos parece novo, em que ainda temos uma certa capacidade de acreditar que "tudo vai ser diferente".  Nessas não levantámos estas dúvidas. Podemos ter tido várias e ainda assim, continuámos a acreditar!

Mas, a partir de certa altura (impossível de nomear: pode ser idade, intensidade da relação anterior, forma como acabou, sei lá... todos temos triggers diferentes), parece-nos que tudo se pode repetir, da mesma forma, da mesma maneira ainda que com pessoas diferentes. E pomos em causa a possibilidade de termos ou de encontrarmos alguém com quem nos seja possível passar o resto da vida... Ficamos cínicos, desencantados e deixamos de investir em quem nos aparece pela frente...
Não deixamos de tentar ter relações, mas não as vivemos da mesma maneira, não entramos nelas de "corpo aberto"... entramos, simplesmente... e esquecemo-nos de levar connosco uma serie de ingredientes que deveriam ser obrigatórios (e eu, pecadora me confesso: também não tenho levado todos comigo...alguns precisam de trabalho e nem sempre tenho estado para "aí virada"... perdoem-me, portanto, a arrogância que vou ter ao nomeá-los! ).

Tolerância, compreensão, respeito pelo outro, respeito pelo "passado" do outro, diálogo (muito!), confiança (ainda mais!), capacidade/vontade de perdoar (imprescindível, porque todos nós erramos), independência (pelo menos para mim, que não acredito que dois possam ser só um), vontade de construir... e, detenho-me neste, porque me parece que é ainda mais importante que todos os outros... mais uma vez, perdoem-me lá a arrogância!
Vontade de construir! Uma relação é uma construção. Ou se constrói ou não existe. E, ou se tem vontade ou não! A paixão até nos pode iludir durante uns tempos, mas chega sempre uma altura em que, olhamos para trás e, ou temos ou não temos alicerces para continuar a construir.
Sem vontade de construir uma relação,  para nada nos servem os outros ingredientes. Mas são igualmente bons para amizades ou relações familiares. Agora, é preciso vontade para construir uma vida a dois... dá trabalho, não é só pôr ao lume e deixar lá ficar... e é diário, quer se esteja longe ou perto! Custa saber dosear os outros ingredientes: nunca sabemos se os estamos a usar na dose certa. E sem vontade, quem é que quer este trabalho todo?! Claro que este trabalho compensa, mas é preciso ter vontade para o fazer. E dos dois lados, se não, o "caldo entorna"...

Não, isto não dá para fazer na Bimby... e mesmo aí, temos que cortar os ingredientes e prepará-los... e se não tivermos o livro de receitas, não soubermos cozinhar e não tivermos vontade de aprender, corremos sérios riscos de não acertar com os temperos... Lá está, não é só pôr ao lume e ir embora... É preciso vontade para andar a "rondar" a panela, destapar, provar e dosear os ingredientes... e como eu disse que não havia receitas para relações: não dá mesmo para fazer na Bimby!!! É pôr ao lume, arregaçar as mangas, pegar na colher de pau e ter paciência para acertar com a "nossa" receita. Com ou sem avental, fica ao critério de cada um... ;-)

Mesmo com vontade e trabalho, podemos não ser bem sucedidos. Mas tentámos! E eu gosto de ficar de consciência tranquila... Não resultou?! Mas eu esforçei-me! Eu tive vontade de construir! Mas não quero deixar de acreditar é possível ter uma relação para o resto da minha vida!

(E agora, vou imprimir o que escrevi e colar no espelho da minha casa de banho, com a seguinte instrução: LER TODOS OS DIAS, ANTES DE LAVAR OS DENTES! Pelo menos 3 vezes por dia, tomo o meu próprio remédio! ;-)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ano Novo Chinês

(Ui, que isto está cheio de pó e teias de aranha.... Esqueci-me de pôr um lençol por cima dos móveis e está tudo cheio de pó.... a ver se não me esqueço, para a próxima ausência.... )

Leng Loi!.... Surgiu assim, numa brincadeira do Facebook. Quem a escreveu jamais saberá o bem que me fez ouvi-la outra vez. Foi como regressar a um tempo feliz e à companhia de quem me chamava a "sua" Leng Loi. Fiquei com lágrimas nos olhos e um nó na garganta, mas contente, feliz e bem disposta com as memórias que me trouxe...

Podia ser o meu pai, mas não era. Era o meu padrinho de baptismo! Talvez o 2º homem mais importante da minha vida, com quem eu tinha uma relação extraordinária. Eu era a "sua" Leng Loi!
Um homem seco, de poucas palavras, poucos sorrisos e pouco dado a demonstrações "públicas" de afecto, que acreditava que o melhor para uma criança era o "tough love"... Mas dentro do seu "tough love" eu tinha alguns privilégios: chamar-me Leng Loi era um deles. Nada mais é que "linda menina", expressão banal que usamos todos os dias, desprovida de significado intenso. Para ele, que me chamava "rapariga" cada vez que não gostava do que eu fazia, era uma expressão carregada de carinho e de afecto. A minha Madrinha encarregou-se, muito cedo, de me explicar o quão privilegiada eu era por ele me chamar Leng Loi... Eu percebi e sentia-me no "céu" quando era presenteada com ela! Meia dúzia de palavras em cantonês, que a minha Madrinha me ensinou, ditas na "hora certa" e lá vinha o Leng Loi, com um sorriso e direito a sentar-me no colo dele... esquecia as minhas travessuras, achava-me graça e esquecia-se do "tought love".
Criticava firmemente a minha Madrinha por ela me dar tantas coisas, dizia que me iam "estragar", mas não resistia quando eu lhe agradecia em cantonês, os Lai See, as roupinhas de seda ou as bonecas chinesas! "Tought", mas não resistia à afilhada preferida a "arranhar" o chinês, para lhe agradar!

Pois é, por vezes são as coisas mais simples, mais insignificantes e ditas sem qualquer intenção, que nos fazem bem à "alma" e que nos põem bem dispostos e com um sorriso "estúpido" estampado na cara! O meu sorriso está cá desde ontem!