... but not blue! :-) |
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Meu filhote de leão:
Pensei em escrever-te um texto cheio de elogios, pelos sete anos em que estamos juntos. Elogios merecidos, já que saíste "melhor que a encomenda", digo eu, cheia de orgulho... Mas pensei melhor... E lembrei-me de uma história nossa, da qual tu só recordas alguns bocados. Achei que devia escrevê-la toda para que, um dia, tu a possas ler e saber como era a nossa relação!
Não quero que me imagines uma mãe perfeita, uma mãe que é só mãe, que não tem vida para além de ti. Quero que penses em mim como uma mulher inteira, com amores e desamores, que te ama acima de tudo, mas que tem uma vida para além de ti... assim como quero que tu tenhas uma vida, só tua, para além de mim... Digo-te muitas vezes que vou estar sempre aqui, como teu porto de abrigo, sempre que as tempestades "lá de fora" te abalarem... porque são as "tuas" tempestades, não as "minhas", tens que ser tu a vive-las e não eu... mas o porto de abrigo estará sempre aberto, terás sempre um colo, um ombro, os meus ouvidos e muitos conselhos! Terás sempre uma MÃE!
Quando faço estas introduções, tu dizes-me sempre: - Mãe, então e a história?! Não contas?!
Já lá vão quase dois anos. Eu andava triste, muito triste, tão triste que nem sabia o que fazia... mas o meu maior medo eras tu: como estarias tu a ver a minha tristeza?! Como estarias tu a sentir a minha tristeza?! Pensarias que era por tua causa?! E essa ideia deixava-me com "os cabelos em pé"! Como se explica a um miúdo que se teve um desastre amoroso?! Tu nem sabias que eu tinha tido "alguém", como é que eu te ia explicar que tinha deixado de ter?! E que essa era a raiz da minha tristeza?!
Optei por uma história! Tu gostas de histórias, gostas que te conte histórias... E a história era sobre uma Rainha. Uma Rainha que tinha um Príncipe e que vivia num castelo, sozinha com ele. E era feliz!
Mas...
As Rainhas são mulheres! E, por muito que gostem e sejam felizes com os seus Príncipes, por vezes precisam de Reis! E, às vezes, há Reis que se cruzam com as Rainhas e... bom, as Rainhas começam a gostar desses Reis... não deixam de gostar dos Príncipes e continuam a reinar no seu castelo, mas têm lugar no seu coração para gostar (também) de um Rei.
Neste ponto da história, tu, com essa tua sensibilidade que só mostras quando estás sozinho comigo, perguntaste: - Mãe, tu és a Rainha?! E eu sou o Príncipe?! Abracei-te e, juro, comecei a chorar... Estavas a perceber tão bem a minha "história"! Tinhas-me poupado a parte onde eu assumia que era a Rainha... Faltava agora a parte difícil de te explicar a minha tristeza e a sua causa... Disse-te que sim, que era eu a Rainha e tu, o Príncipe! E passei à parte complicada...
Nem sempre os Reis gostam das Rainhas! Por vezes acham que gostam e, afinal, não gostam! Mas é difícil para as Rainhas perceberem isso... por vezes, os Reis não são claros, não se sabem explicar e deixam as Rainhas confusas... E perguntaste-me tu: - Mãe, tu estás confusa?! Ri-me e disse-te que já não estava! Que já tinha estado, mas que tinha percebido que o Rei não queria esta Rainha. Não tinha sido fácil perceber isso, mas eu tinha lá chegado: o Rei não me queria como sua Rainha! E era por isso que eu andava triste! Do "alto" dos teus cinco anos, onde eu reinava como tua Rainha, perfeita e sem defeitos, tu perguntaste: - Porquê?! Porque é que esse Rei não te quis?! Ó mãe, tu dás beijos tão bons e fazes a melhor canja de todas... Gargalhadas minhas! Tu, meu filho, estavas a conseguir transformar uma confissão difícil, num momento de intimidade extraordinário, onde as minhas explicações estavam a ser facilitadas pelos teus cinco anos e pelo teu pensamento claro como água. Disse-te que as relações entre os Reis as Rainhas não são só feitas de beijos e de canja: existem outras coisas, que só os adultos compreendem... e nem sempre compreendem tudo! Eu também não compreendia muito bem porque é que o Rei não me queria, mas tinha que aceitar a decisão dele! A minha tristeza nascia daí: de continuar a gostar do Rei, de não perceber porque é que ele, afinal não gostava de mim, de não compreender muito bem tudo e de ter que aceitar a sua decisão.
A tristeza nada tinha a ver com o Príncipe, nem com o seu comportamento: o Príncipe continuava a ser o Príncipe e a Rainha a gostar muito dele! Puseste os teus braços à minha volta e disseste: - eu gosto muito de ti, mãe! Com a tua cara encostada ao meu ombro, ainda abraçado a mim, pedi-te paciência para comigo. Expliquei-te que podia haver dias onde os ralhetes seriam mais duros, dias em que não me ia apetecer rir nem achar piada às palhaçadas, mas que tudo ia passar... só precisava que tivesses alguma paciência comigo, por algum tempo... e que nunca, mas nunca, pensasses que o meu mau humor era por tua causa!
Disse-te que a história tinha terminado, que eram horas da canção de boa noite e de dormir... antes de adormeceres, perguntaste quem era esse Rei, se o conhecias... disse-te que sim, que o conhecias, mas que não te ia dizer quem era! Não interessava para a nossa história quem era esse Rei. Era um homem, ponto. Mas a tua curiosidade falou mais alto: mencionaste quase todos os meus amigos e, no meio deles, o dito Rei... ainda bem que as luzes estavam apagadas e que não viste as minhas lágrimas a correrem cara abaixo: ter-me-iam denunciado e tu, ficarias a saber quem ele era... isso não! Não te posso proteger completamente dos meus desastres amorosos, mas quero sempre proteger alguma da minha intimidade!
Sei que não esqueceste a "história"! Já houve outras alturas em que andei triste, e em que tu me perguntaste se era por causa de algum Rei... :-)
Sabes, meu filho, são estas histórias que fazem a nossa "história"... que mostram que, o que sentimos um pelo outro, nos vai manter unidos o resto da vida... mesmo que gostemos de outras pessoas!
Não quero que me imagines uma mãe perfeita, uma mãe que é só mãe, que não tem vida para além de ti. Quero que penses em mim como uma mulher inteira, com amores e desamores, que te ama acima de tudo, mas que tem uma vida para além de ti... assim como quero que tu tenhas uma vida, só tua, para além de mim... Digo-te muitas vezes que vou estar sempre aqui, como teu porto de abrigo, sempre que as tempestades "lá de fora" te abalarem... porque são as "tuas" tempestades, não as "minhas", tens que ser tu a vive-las e não eu... mas o porto de abrigo estará sempre aberto, terás sempre um colo, um ombro, os meus ouvidos e muitos conselhos! Terás sempre uma MÃE!
Quando faço estas introduções, tu dizes-me sempre: - Mãe, então e a história?! Não contas?!
Já lá vão quase dois anos. Eu andava triste, muito triste, tão triste que nem sabia o que fazia... mas o meu maior medo eras tu: como estarias tu a ver a minha tristeza?! Como estarias tu a sentir a minha tristeza?! Pensarias que era por tua causa?! E essa ideia deixava-me com "os cabelos em pé"! Como se explica a um miúdo que se teve um desastre amoroso?! Tu nem sabias que eu tinha tido "alguém", como é que eu te ia explicar que tinha deixado de ter?! E que essa era a raiz da minha tristeza?!
Optei por uma história! Tu gostas de histórias, gostas que te conte histórias... E a história era sobre uma Rainha. Uma Rainha que tinha um Príncipe e que vivia num castelo, sozinha com ele. E era feliz!
Mas...
As Rainhas são mulheres! E, por muito que gostem e sejam felizes com os seus Príncipes, por vezes precisam de Reis! E, às vezes, há Reis que se cruzam com as Rainhas e... bom, as Rainhas começam a gostar desses Reis... não deixam de gostar dos Príncipes e continuam a reinar no seu castelo, mas têm lugar no seu coração para gostar (também) de um Rei.
Neste ponto da história, tu, com essa tua sensibilidade que só mostras quando estás sozinho comigo, perguntaste: - Mãe, tu és a Rainha?! E eu sou o Príncipe?! Abracei-te e, juro, comecei a chorar... Estavas a perceber tão bem a minha "história"! Tinhas-me poupado a parte onde eu assumia que era a Rainha... Faltava agora a parte difícil de te explicar a minha tristeza e a sua causa... Disse-te que sim, que era eu a Rainha e tu, o Príncipe! E passei à parte complicada...
Nem sempre os Reis gostam das Rainhas! Por vezes acham que gostam e, afinal, não gostam! Mas é difícil para as Rainhas perceberem isso... por vezes, os Reis não são claros, não se sabem explicar e deixam as Rainhas confusas... E perguntaste-me tu: - Mãe, tu estás confusa?! Ri-me e disse-te que já não estava! Que já tinha estado, mas que tinha percebido que o Rei não queria esta Rainha. Não tinha sido fácil perceber isso, mas eu tinha lá chegado: o Rei não me queria como sua Rainha! E era por isso que eu andava triste! Do "alto" dos teus cinco anos, onde eu reinava como tua Rainha, perfeita e sem defeitos, tu perguntaste: - Porquê?! Porque é que esse Rei não te quis?! Ó mãe, tu dás beijos tão bons e fazes a melhor canja de todas... Gargalhadas minhas! Tu, meu filho, estavas a conseguir transformar uma confissão difícil, num momento de intimidade extraordinário, onde as minhas explicações estavam a ser facilitadas pelos teus cinco anos e pelo teu pensamento claro como água. Disse-te que as relações entre os Reis as Rainhas não são só feitas de beijos e de canja: existem outras coisas, que só os adultos compreendem... e nem sempre compreendem tudo! Eu também não compreendia muito bem porque é que o Rei não me queria, mas tinha que aceitar a decisão dele! A minha tristeza nascia daí: de continuar a gostar do Rei, de não perceber porque é que ele, afinal não gostava de mim, de não compreender muito bem tudo e de ter que aceitar a sua decisão.
A tristeza nada tinha a ver com o Príncipe, nem com o seu comportamento: o Príncipe continuava a ser o Príncipe e a Rainha a gostar muito dele! Puseste os teus braços à minha volta e disseste: - eu gosto muito de ti, mãe! Com a tua cara encostada ao meu ombro, ainda abraçado a mim, pedi-te paciência para comigo. Expliquei-te que podia haver dias onde os ralhetes seriam mais duros, dias em que não me ia apetecer rir nem achar piada às palhaçadas, mas que tudo ia passar... só precisava que tivesses alguma paciência comigo, por algum tempo... e que nunca, mas nunca, pensasses que o meu mau humor era por tua causa!
Disse-te que a história tinha terminado, que eram horas da canção de boa noite e de dormir... antes de adormeceres, perguntaste quem era esse Rei, se o conhecias... disse-te que sim, que o conhecias, mas que não te ia dizer quem era! Não interessava para a nossa história quem era esse Rei. Era um homem, ponto. Mas a tua curiosidade falou mais alto: mencionaste quase todos os meus amigos e, no meio deles, o dito Rei... ainda bem que as luzes estavam apagadas e que não viste as minhas lágrimas a correrem cara abaixo: ter-me-iam denunciado e tu, ficarias a saber quem ele era... isso não! Não te posso proteger completamente dos meus desastres amorosos, mas quero sempre proteger alguma da minha intimidade!
Sei que não esqueceste a "história"! Já houve outras alturas em que andei triste, e em que tu me perguntaste se era por causa de algum Rei... :-)
Sabes, meu filho, são estas histórias que fazem a nossa "história"... que mostram que, o que sentimos um pelo outro, nos vai manter unidos o resto da vida... mesmo que gostemos de outras pessoas!
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Declaração de Independência
(Perspectiva puramente individual e feminina da questão da independência. Mas muitas partes deste post são absolutamente uni-sexo: podiam ser escritas por um ele!)
E depois, há a questão da independência. Das pessoas independentes. Iguais a todas as outras mas com um grau de autonomia acima da "média". Falo sobretudo, das mulheres. Daquelas que vão sozinhas à oficina arranjar o carro, que sabem pôr óleo no motor, pegar numa black&decker e furar paredes, montar móveis do Ikea, emfim, que decidem sozinhas "tudo e mais um par de botas"!
Não ficamos à espera da hora do jantar, para nos "queixarmos" e alguém nos trazer miraculosamente a solução. Até porque, se o fizermos, não estamos à espera que resolvam o problema, estamos a desabafar, pura e simplesmente... estamos a partilhar informação, não à espera de uma solução!
Isto costuma ser um grande problema para os homens: partem do princípio que as nossas "queixas" exigem a sua participação directa! WRONG! Só queremos mesmo que nos ouçam! Estamos habituadas a tratar dos nossos problemas. Por piada eu digo muitas vezes que, quando quiser um cavaleiro andante, tenho boca para o pedir (e já pedi muitas vezes e continuarei a pedir sempre que precisar!). Até lá, ouçam-me, dêem-me um ombro para eu me encostar, um par de braços para me abraçar e deixem-me aninhar contra alguém no sofá! Se há coisa que nos "acalma", é isso: carinhos, mimos, abraços e muito aconchego! E, acreditem, isto faz milagres, para além de evitar imensas discussões numa relação...
Por questões genéticas, de educação, por necessidade e /ou por opção, o ser independente é como uma bandeira que vai à nossa frente. Não se carrega esta bandeira por superioridade ou incapacidade de partilhar. Faz parte de nós, é o nosso quotidiano, é a nossa forma de ver o mundo e de lidar com ele. Não queremos afastar ninguém... só estamos habituadas a lidar sozinhas com tudo o que aparece...
Sim, mas também sabemos partilhar e gostamos de partilhar. Sim, também nos sabe bem, de vez em quando, entregar os pontos e "renderrmo-nos"... mas quando nos "rendemos" é porque queremos! E rendemo-nos aos mimos, aos carinhos e também à partilha. Porque partilhar é bom!
Sim, nós sabemos partilhar, só não gostamos é que nos impunham a obrigatoriedade da partilha. Somos independentes, lembram-se?! Até gostamos que se preocupem connosco, mas não nos sufoquem, please...
Não gostamos de imposições, obrigações, de cobranças! Partilhamos porque queremos, porque também é bom partilhar, porque nos sentimos bem a partilhar. Mas não temos que partilhar absolutamente TUDO!
Até porque, se não tivermos com quem partilhar, a nossa vida segue para a frente. Não nos encostamos a um canto, a chorar ou a curtir a "fossa", simplesmente seguimos em frente. Não andamos desesperadamente atrás de alguém com quem partilhar e construir uma vida. Temos a nossa vida, gostamos dela, fomos nós que a construímos, somos nós que a gerimos todos os dias, que assumimos todas as consequências... não estamos à espera de ninguém! Se aparecer alguém disposto a partilhar a nossa vida, com tudo o que a nossa independência acarreta, tanto melhor! Se não, continuamos a andar para a frente...
O porquê deste discurso?! Porque acredito que é possível duas pessoas poderem ter uma relação, sem deixarem de ser independentes. A independência não significa uma "não partilha" de vida e muito menos impossibilita uma relação (até porque temos famílias, filhos, amigos, interesses, trabalho e tudo isto envolve formas de partilha. Mais uma vez, nós sabemos partilhar!).
No caso de uma relação a dois, os princípios serão é sempre radicalmente diferentes da noção generalizada (diria quase institucionalizada) de relação a dois. Esqueçam a simbiose, a fusão, dois que são um, unos e indivisíveis, São dois, ponto! Podem ter objectivos comuns, mas são dois! E isto é sempre muito problemático, principalmente quando um deles é independente: o outro pode não perceber! Já quando são os dois... bom, aposto que muita conversa, bastante tolerância e algum "espaço" devem ser bons truques para que dois independentes se entendam... pelo menos percebem bem a noção de "'estão-me a sufocar, HELP!"
Se é fácil chegar ao ponto de equilíbrio?! Não deve ser... Se existe uma formula mágica?! Não existe, com certeza! Mas aposto que é possível! Vontade e, atrevo-me a dizer, maturidade farão parte dos ingredientes básicos e obrigatórios. Assim como também gostar do outro como ele(a) é... sem estar à espera que ela(e) mude!
(Post escrito depois de uma longa conversa, com uma das minhas amigas, também ela "independente"!)
(Adenda a pedido da minha amiga: (e eu concordo ;-)) Também nos rendemos ao sexo! LOL)
E depois, há a questão da independência. Das pessoas independentes. Iguais a todas as outras mas com um grau de autonomia acima da "média". Falo sobretudo, das mulheres. Daquelas que vão sozinhas à oficina arranjar o carro, que sabem pôr óleo no motor, pegar numa black&decker e furar paredes, montar móveis do Ikea, emfim, que decidem sozinhas "tudo e mais um par de botas"!
Não ficamos à espera da hora do jantar, para nos "queixarmos" e alguém nos trazer miraculosamente a solução. Até porque, se o fizermos, não estamos à espera que resolvam o problema, estamos a desabafar, pura e simplesmente... estamos a partilhar informação, não à espera de uma solução!
Isto costuma ser um grande problema para os homens: partem do princípio que as nossas "queixas" exigem a sua participação directa! WRONG! Só queremos mesmo que nos ouçam! Estamos habituadas a tratar dos nossos problemas. Por piada eu digo muitas vezes que, quando quiser um cavaleiro andante, tenho boca para o pedir (e já pedi muitas vezes e continuarei a pedir sempre que precisar!). Até lá, ouçam-me, dêem-me um ombro para eu me encostar, um par de braços para me abraçar e deixem-me aninhar contra alguém no sofá! Se há coisa que nos "acalma", é isso: carinhos, mimos, abraços e muito aconchego! E, acreditem, isto faz milagres, para além de evitar imensas discussões numa relação...
Por questões genéticas, de educação, por necessidade e /ou por opção, o ser independente é como uma bandeira que vai à nossa frente. Não se carrega esta bandeira por superioridade ou incapacidade de partilhar. Faz parte de nós, é o nosso quotidiano, é a nossa forma de ver o mundo e de lidar com ele. Não queremos afastar ninguém... só estamos habituadas a lidar sozinhas com tudo o que aparece...
Sim, mas também sabemos partilhar e gostamos de partilhar. Sim, também nos sabe bem, de vez em quando, entregar os pontos e "renderrmo-nos"... mas quando nos "rendemos" é porque queremos! E rendemo-nos aos mimos, aos carinhos e também à partilha. Porque partilhar é bom!
Sim, nós sabemos partilhar, só não gostamos é que nos impunham a obrigatoriedade da partilha. Somos independentes, lembram-se?! Até gostamos que se preocupem connosco, mas não nos sufoquem, please...
Não gostamos de imposições, obrigações, de cobranças! Partilhamos porque queremos, porque também é bom partilhar, porque nos sentimos bem a partilhar. Mas não temos que partilhar absolutamente TUDO!
Até porque, se não tivermos com quem partilhar, a nossa vida segue para a frente. Não nos encostamos a um canto, a chorar ou a curtir a "fossa", simplesmente seguimos em frente. Não andamos desesperadamente atrás de alguém com quem partilhar e construir uma vida. Temos a nossa vida, gostamos dela, fomos nós que a construímos, somos nós que a gerimos todos os dias, que assumimos todas as consequências... não estamos à espera de ninguém! Se aparecer alguém disposto a partilhar a nossa vida, com tudo o que a nossa independência acarreta, tanto melhor! Se não, continuamos a andar para a frente...
O porquê deste discurso?! Porque acredito que é possível duas pessoas poderem ter uma relação, sem deixarem de ser independentes. A independência não significa uma "não partilha" de vida e muito menos impossibilita uma relação (até porque temos famílias, filhos, amigos, interesses, trabalho e tudo isto envolve formas de partilha. Mais uma vez, nós sabemos partilhar!).
No caso de uma relação a dois, os princípios serão é sempre radicalmente diferentes da noção generalizada (diria quase institucionalizada) de relação a dois. Esqueçam a simbiose, a fusão, dois que são um, unos e indivisíveis, São dois, ponto! Podem ter objectivos comuns, mas são dois! E isto é sempre muito problemático, principalmente quando um deles é independente: o outro pode não perceber! Já quando são os dois... bom, aposto que muita conversa, bastante tolerância e algum "espaço" devem ser bons truques para que dois independentes se entendam... pelo menos percebem bem a noção de "'estão-me a sufocar, HELP!"
Se é fácil chegar ao ponto de equilíbrio?! Não deve ser... Se existe uma formula mágica?! Não existe, com certeza! Mas aposto que é possível! Vontade e, atrevo-me a dizer, maturidade farão parte dos ingredientes básicos e obrigatórios. Assim como também gostar do outro como ele(a) é... sem estar à espera que ela(e) mude!
(Post escrito depois de uma longa conversa, com uma das minhas amigas, também ela "independente"!)
(Adenda a pedido da minha amiga: (e eu concordo ;-)) Também nos rendemos ao sexo! LOL)
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Grrrrrr.....
É pá, fico f.... com estas merdas!!! E já não é a primeira vez!!! Da outra vez foi um cromo da MEO, e agora foi um cromo da Telepac... 'tá bem, também é MEO, mas dizem eles que são departamentos diferentes!
Porque carga d'água hão-de achar que, só por ser mulher, não sei lidar com hardware e com software?! Mas que necessidade têm de se comportarem como homens da idade da pedra?!
Fico lixada!!! Como os gajos estão do outro lado da linha, não lhes posso acertar com uma murraça... é sempre o que me apetece fazer!!! Pior, das duas vezes eu tinha razão!!! Pelo menos este teve a decência de me pedir desculpas no fim do telefonema... mas depois de ter perguntado se eu não tinha um marido ou um namorado que me ajudasse, já não havia volta a dar-lhe: a minha irritação já tinha ultrapassado o meu grau (baixo!) de tolerância para os "machismos" que ainda grassam por aí!!!
P'ró raio que os parta!!! O outro perguntou se eu não tinha um vizinho "homem" que fizesse os testes à box, depois de eu já os ter feito todos e ter concluído que a box tinha pifado!!! Aliás, foi assim que comecei o telefonema! Não sou acéfala, nem burra!!! Mas tive que ouvir que "normalmente as senhoras não têm jeito para lidar com os equipamentos!" Pois!!! E alguém lhe disse que eu era uma senhora qualquer?! E mesmo que fosse, nada lhe dá o direito de "largar" estas pérolas de sabedoria machista!!!
Este parvalhão achava que eu não sabia configurar o software!!! Até perguntou se eu sabia o que era uma password!!! Onde raio é que vão desencantar estes cromos absolutamente pré-históricos?! E eu lá sou uma info-excluída?!?! Depois de ter posto a minha voz de "General", lá se convenceu a ver se o problema era do sistema deles... e não é que eu tinha razão?! Tinha as configurações todas em ordem: POP's, smstp's, password, redes... e já lhe tinha dito isso!!! Opsss, afinal era um erro do sistema dos gajos... Ah, p'ró raio que os parta!!! E pedir desculpas depois de várias "calinadas", já não resulta!!!
O grande problema é que nunca, mas nunca presto atenção ao nome dos cromos! Quero lá saber disso! Tenho um problema e quero resolvê-lo! Nem me passa pela cabeça "ouvir" o nome do cromo que me atendeu!
Enfim, 'tou com vontade de bater em alguém!!! Mas já consigo aceder à conta de mail da telepac... agora só preciso de um saco de box para aliviar a irritação!!!
Porque carga d'água hão-de achar que, só por ser mulher, não sei lidar com hardware e com software?! Mas que necessidade têm de se comportarem como homens da idade da pedra?!
Fico lixada!!! Como os gajos estão do outro lado da linha, não lhes posso acertar com uma murraça... é sempre o que me apetece fazer!!! Pior, das duas vezes eu tinha razão!!! Pelo menos este teve a decência de me pedir desculpas no fim do telefonema... mas depois de ter perguntado se eu não tinha um marido ou um namorado que me ajudasse, já não havia volta a dar-lhe: a minha irritação já tinha ultrapassado o meu grau (baixo!) de tolerância para os "machismos" que ainda grassam por aí!!!
P'ró raio que os parta!!! O outro perguntou se eu não tinha um vizinho "homem" que fizesse os testes à box, depois de eu já os ter feito todos e ter concluído que a box tinha pifado!!! Aliás, foi assim que comecei o telefonema! Não sou acéfala, nem burra!!! Mas tive que ouvir que "normalmente as senhoras não têm jeito para lidar com os equipamentos!" Pois!!! E alguém lhe disse que eu era uma senhora qualquer?! E mesmo que fosse, nada lhe dá o direito de "largar" estas pérolas de sabedoria machista!!!
Este parvalhão achava que eu não sabia configurar o software!!! Até perguntou se eu sabia o que era uma password!!! Onde raio é que vão desencantar estes cromos absolutamente pré-históricos?! E eu lá sou uma info-excluída?!?! Depois de ter posto a minha voz de "General", lá se convenceu a ver se o problema era do sistema deles... e não é que eu tinha razão?! Tinha as configurações todas em ordem: POP's, smstp's, password, redes... e já lhe tinha dito isso!!! Opsss, afinal era um erro do sistema dos gajos... Ah, p'ró raio que os parta!!! E pedir desculpas depois de várias "calinadas", já não resulta!!!
O grande problema é que nunca, mas nunca presto atenção ao nome dos cromos! Quero lá saber disso! Tenho um problema e quero resolvê-lo! Nem me passa pela cabeça "ouvir" o nome do cromo que me atendeu!
Enfim, 'tou com vontade de bater em alguém!!! Mas já consigo aceder à conta de mail da telepac... agora só preciso de um saco de box para aliviar a irritação!!!
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Receita caseira, feita com colher de pau!
Se é possível ter uma relação a vida toda?! Ou mesmo para o resto da vida?! Sim, claro que é possível! Agora, não será é nada fácil. Não existem formulas mágicas, nem receitas milagrosas e ainda não se vendem "relações instantâneas", daquelas que é só juntar água e... já está! Nem conheço manuais que ensinem a ter relações perfeitas (perfeição também não existe!) ou ditas normais.
É daquelas "cenas" onde até a generalização é perigosa: não existem duas pessoas iguais, nem duas relações iguais! Até nós somos diferentes de relação para relação. Comportamo-nos de forma diferente perante situações idênticas, consoante a pessoa que temos à nossa frente. Aqui também costuma entrar o passado, se lidámos bem ou mal com o que está para trás, se soubemos ultrapassar traumas, dramas, se temos ou não coragem de percorrer um caminho semelhante... porque nos pode levar a um desfecho semelhante... ou a um desfecho totalmente diferente...
Não me refiro às relações dos vinte anos, em que tudo é novo ou nos parece novo, em que ainda temos uma certa capacidade de acreditar que "tudo vai ser diferente". Nessas não levantámos estas dúvidas. Podemos ter tido várias e ainda assim, continuámos a acreditar!
Mas, a partir de certa altura (impossível de nomear: pode ser idade, intensidade da relação anterior, forma como acabou, sei lá... todos temos triggers diferentes), parece-nos que tudo se pode repetir, da mesma forma, da mesma maneira ainda que com pessoas diferentes. E pomos em causa a possibilidade de termos ou de encontrarmos alguém com quem nos seja possível passar o resto da vida... Ficamos cínicos, desencantados e deixamos de investir em quem nos aparece pela frente...
Não deixamos de tentar ter relações, mas não as vivemos da mesma maneira, não entramos nelas de "corpo aberto"... entramos, simplesmente... e esquecemo-nos de levar connosco uma serie de ingredientes que deveriam ser obrigatórios (e eu, pecadora me confesso: também não tenho levado todos comigo...alguns precisam de trabalho e nem sempre tenho estado para "aí virada"... perdoem-me, portanto, a arrogância que vou ter ao nomeá-los! ).
Tolerância, compreensão, respeito pelo outro, respeito pelo "passado" do outro, diálogo (muito!), confiança (ainda mais!), capacidade/vontade de perdoar (imprescindível, porque todos nós erramos), independência (pelo menos para mim, que não acredito que dois possam ser só um), vontade de construir... e, detenho-me neste, porque me parece que é ainda mais importante que todos os outros... mais uma vez, perdoem-me lá a arrogância!
Vontade de construir! Uma relação é uma construção. Ou se constrói ou não existe. E, ou se tem vontade ou não! A paixão até nos pode iludir durante uns tempos, mas chega sempre uma altura em que, olhamos para trás e, ou temos ou não temos alicerces para continuar a construir.
Sem vontade de construir uma relação, para nada nos servem os outros ingredientes. Mas são igualmente bons para amizades ou relações familiares. Agora, é preciso vontade para construir uma vida a dois... dá trabalho, não é só pôr ao lume e deixar lá ficar... e é diário, quer se esteja longe ou perto! Custa saber dosear os outros ingredientes: nunca sabemos se os estamos a usar na dose certa. E sem vontade, quem é que quer este trabalho todo?! Claro que este trabalho compensa, mas é preciso ter vontade para o fazer. E dos dois lados, se não, o "caldo entorna"...
Não, isto não dá para fazer na Bimby... e mesmo aí, temos que cortar os ingredientes e prepará-los... e se não tivermos o livro de receitas, não soubermos cozinhar e não tivermos vontade de aprender, corremos sérios riscos de não acertar com os temperos... Lá está, não é só pôr ao lume e ir embora... É preciso vontade para andar a "rondar" a panela, destapar, provar e dosear os ingredientes... e como eu disse que não havia receitas para relações: não dá mesmo para fazer na Bimby!!! É pôr ao lume, arregaçar as mangas, pegar na colher de pau e ter paciência para acertar com a "nossa" receita. Com ou sem avental, fica ao critério de cada um... ;-)
Mesmo com vontade e trabalho, podemos não ser bem sucedidos. Mas tentámos! E eu gosto de ficar de consciência tranquila... Não resultou?! Mas eu esforçei-me! Eu tive vontade de construir! Mas não quero deixar de acreditar é possível ter uma relação para o resto da minha vida!
(E agora, vou imprimir o que escrevi e colar no espelho da minha casa de banho, com a seguinte instrução: LER TODOS OS DIAS, ANTES DE LAVAR OS DENTES! Pelo menos 3 vezes por dia, tomo o meu próprio remédio! ;-)
É daquelas "cenas" onde até a generalização é perigosa: não existem duas pessoas iguais, nem duas relações iguais! Até nós somos diferentes de relação para relação. Comportamo-nos de forma diferente perante situações idênticas, consoante a pessoa que temos à nossa frente. Aqui também costuma entrar o passado, se lidámos bem ou mal com o que está para trás, se soubemos ultrapassar traumas, dramas, se temos ou não coragem de percorrer um caminho semelhante... porque nos pode levar a um desfecho semelhante... ou a um desfecho totalmente diferente...
Não me refiro às relações dos vinte anos, em que tudo é novo ou nos parece novo, em que ainda temos uma certa capacidade de acreditar que "tudo vai ser diferente". Nessas não levantámos estas dúvidas. Podemos ter tido várias e ainda assim, continuámos a acreditar!
Mas, a partir de certa altura (impossível de nomear: pode ser idade, intensidade da relação anterior, forma como acabou, sei lá... todos temos triggers diferentes), parece-nos que tudo se pode repetir, da mesma forma, da mesma maneira ainda que com pessoas diferentes. E pomos em causa a possibilidade de termos ou de encontrarmos alguém com quem nos seja possível passar o resto da vida... Ficamos cínicos, desencantados e deixamos de investir em quem nos aparece pela frente...
Não deixamos de tentar ter relações, mas não as vivemos da mesma maneira, não entramos nelas de "corpo aberto"... entramos, simplesmente... e esquecemo-nos de levar connosco uma serie de ingredientes que deveriam ser obrigatórios (e eu, pecadora me confesso: também não tenho levado todos comigo...alguns precisam de trabalho e nem sempre tenho estado para "aí virada"... perdoem-me, portanto, a arrogância que vou ter ao nomeá-los! ).
Tolerância, compreensão, respeito pelo outro, respeito pelo "passado" do outro, diálogo (muito!), confiança (ainda mais!), capacidade/vontade de perdoar (imprescindível, porque todos nós erramos), independência (pelo menos para mim, que não acredito que dois possam ser só um), vontade de construir... e, detenho-me neste, porque me parece que é ainda mais importante que todos os outros... mais uma vez, perdoem-me lá a arrogância!
Vontade de construir! Uma relação é uma construção. Ou se constrói ou não existe. E, ou se tem vontade ou não! A paixão até nos pode iludir durante uns tempos, mas chega sempre uma altura em que, olhamos para trás e, ou temos ou não temos alicerces para continuar a construir.
Sem vontade de construir uma relação, para nada nos servem os outros ingredientes. Mas são igualmente bons para amizades ou relações familiares. Agora, é preciso vontade para construir uma vida a dois... dá trabalho, não é só pôr ao lume e deixar lá ficar... e é diário, quer se esteja longe ou perto! Custa saber dosear os outros ingredientes: nunca sabemos se os estamos a usar na dose certa. E sem vontade, quem é que quer este trabalho todo?! Claro que este trabalho compensa, mas é preciso ter vontade para o fazer. E dos dois lados, se não, o "caldo entorna"...
Não, isto não dá para fazer na Bimby... e mesmo aí, temos que cortar os ingredientes e prepará-los... e se não tivermos o livro de receitas, não soubermos cozinhar e não tivermos vontade de aprender, corremos sérios riscos de não acertar com os temperos... Lá está, não é só pôr ao lume e ir embora... É preciso vontade para andar a "rondar" a panela, destapar, provar e dosear os ingredientes... e como eu disse que não havia receitas para relações: não dá mesmo para fazer na Bimby!!! É pôr ao lume, arregaçar as mangas, pegar na colher de pau e ter paciência para acertar com a "nossa" receita. Com ou sem avental, fica ao critério de cada um... ;-)
Mesmo com vontade e trabalho, podemos não ser bem sucedidos. Mas tentámos! E eu gosto de ficar de consciência tranquila... Não resultou?! Mas eu esforçei-me! Eu tive vontade de construir! Mas não quero deixar de acreditar é possível ter uma relação para o resto da minha vida!
(E agora, vou imprimir o que escrevi e colar no espelho da minha casa de banho, com a seguinte instrução: LER TODOS OS DIAS, ANTES DE LAVAR OS DENTES! Pelo menos 3 vezes por dia, tomo o meu próprio remédio! ;-)
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