quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

...e de repente, assim vinda do nada, sem razão, sem explicação, sem motivo, sem quê nem porquê, a tristeza entra. Instala-se, cresce, invade. Traz com ela a solidão, o peso enorme da solidão, e as saudades do que não tivemos, do que não vivemos, do que ficou por fazer... Saudades do que não houve, do que só nós sentimos, do que só nós esperamos, do que só nós quisemos... Saudades vazias, sem rosto, sem história nem memória, apenas saudades do que nunca chegámos a ter...
De onde nasce esta tristeza, esta solidão, este imenso vazio? De onde nascem as saudades do que não tivemos? Porquê sentir falta do que não tivemos? E vazio porquê, se nunca nos preencheram, se sempre estivemos sozinhos, se nunca estiveram ao nosso lado? Como se sente a falta de alguém que não existiu, não existe e que não tem rosto nem corpo?

Tudo isto tem resposta?! Imaginação?! Ou sonho?! ... ou uma imensa vontade de termos o que não temos, de estarmos onde não estamos, de sermos o que não somos...