domingo, 31 de janeiro de 2010

A revolta e os genes

Comemora-se hoje a Revolta de 31 de Janeiro de 1891.
Na minha família, os genes revolucionários revelaram-se com o meu bisavô e com a sua participação nesta revolta. O meu bisavô, oriundo de Aveiro, maçónico convicto, era ourives na Cidade do Porto. A forma como foi parar ao Porto dá direito a outro post. O que importa hoje, é que ele foi um dos civis revoltosos. Este foi o culminar da sua "revolta", pois já tinha tirado do seu nome um dos apelidos, após se ter zangado com a família, por esta apoiar a monarquia. A sua marca de ourives só ostentava o E.
Após o fracasso da Revolta, e para evitar ser julgado, fugiu. Andou meses a monte, e a minha bisavó soube através dos canais clandestinos, do falecimento do marido. A minha avó teria pouco mais de 11 anos. A minha bisavó vendeu a oficina de ourives do marido, pegou na filha e regressou à Gândara dos Olivais. Nunca perdeu a ligação a Aveiro nem à família do marido. Tanto mais, que o meu bisavô tinha conseguido, com a sua profissão, adquirir muitos dos terrenos onde hoje está a Avenida principal da Cidade. Anos mais tarde, a minha avó iria para Aveiro e construiria aí a sua casa.
Esta história foi-me contada pelo meu pai, sempre com um orgulho imenso. Contava esta história com as lágrimas nos olhos, com desgosto por não ter conhecido esse seu avô revolucionário, que tanto lhe teria agradado! E é com o mesmo orgulho que eu a quero passar ao meu filho, assim que ele tiver idade para entender!
Ficou-nos a todos um certo "gene" revolucionário, inconformista, que nos mete em sarilhos muitas vezes! Esse "gene" passou para o meu filho, tenho a certeza!

Quem se lembra?!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Isto assim não tem piada...

Ontem fui à Fnac. Quando já estava farta dos livros infantis (claro, o "homem da minha vida" estava comigo!), decidi fazer uma pequena "incursão" na secção do erotismo. Pois, fui procurar uma edição "decente" do Kamasutra. Agora não vivo de uma mesada de estudante, já me posso dar ao luxo de adquirir uma edição como a que me ficou na memória. E agora, pasme-se: nada! Tinham o "Kamasutra Gay", o "Kamasutra Lésbico", o "Kamasutra Moderno" (ilustrado!), o "Kamasutra Actualizado" e só o "Kamasutra" não! O livro propriamente dito, o que inspirou estes todos, nada!!
Nem sequer uma edição de bolso "Europa-América"!
Claro, sendo eu uma "rapariguinha tradicional", não trouxe nenhum! Ou é o original, ou então eu "não brinco"!

(Não se escandalizem, que o "homem da minha vida" não percebeu! Os senhores da Fnac puseram um "cantinho de leitura" mesmo ao lado da secção do erotismo. O puto esteve o tempo todo a ver livros para a idade dele!)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dinner with Kamasutra

Num destes jantares, quando já estava tudo contagiado pelo riso, alguém pergunta: - Olha, onde está o dvd do "Jardim dos Amigos"? E alguém responde, a rir e com ar de troça: - Está aí, na sala, ao lado do Kamasutra!!! Um terceiro elemento, sentado à mesa da cozinha, diz o seguinte: - Eu tenho uma edição, não tenho é homem! Para além das consequentes gargalhadas, o elemento sentado à mesa da cozinha, foi "brindado" com este comentário, vindo da sala: - Qual livro, eu tenho melhor: descarreguei um documentário da net!
Há muitos, muitos anos atrás, quando eu era uma "miúda espevitada", adquiri a "meias" uma edição do Kamasutra. Corria o ano de 89, eu estudava no Porto e vivia num apartamento com mais 7 mulheres. Todas da mesma idade, a estudar no mesmo sítio, sendo que com uma delas eu tinha uma forte relação de amizade, desde que éramos miúdas.
Então, numa tarde de outono em que chovia a potes, numa daquelas tardes escuras, típicas do Porto com chuva, e estando nós a conversar sobre homens, sexo, homens, sexo e mais sexo, alguém se lembra do Kamasutra! Ora, nós nunca tínhamos visto o livro, só ouvido falar. A conversa desviou-se para a importância do dito livro. Já se tinha ouvido falar tanto sobre ele, que era uma obra de referência, ilustrada, supostamente um guia, um livro de ensinamentos. E nós andávamos a dar os "primeiros passos" em termos de sexo... queríamos saber tudo!
Sempre fiel à minha vontade de aprender e achando que os livros são os nossos melhores professores:
- Olha C. , veste-te, anda, são quase 6 da tarde, se nos despacharmos ainda apanhamos as livrarias abertas em S. Catarina...
- 'Tás maluca! Chove a potes! Tu és doida! Com que cara é que vamos pedir o livro?? Eu não tenho lata! O que é que vão pensar? Eu não peço nada! Tu és maluca! Deixa lá isso!
- Vá, anda, eu peço! Eu não tenho problemas! Ninguém me conhece! Mas despacha-te! Ainda temos muito que andar para lá chegar! Depois as livrarias fecham!
Lá arrastei a C. de casa, e fizemos o caminho desde a rua do Bonfim até S. Catarina a pé, debaixo de chuva. Chegámos à livraria (não sei qual, só me lembro que ficava numa esquina!) e, claro, lá tive eu que pedir o livro. Ok, eu sou espevitada, mas não tanto e disse ao empregado, em jeito de explicação, que era uma brincadeira para um amigo que fazia anos! Ele indicou-nos uma prateleira com várias edições. A C. com aquele ar atrapalhado, nem pegou nos livros! Corada, a olhar para todos os lados, não fosse aparecer alguém que nos conhecesse e nos visse com o Kamasutra nas mãos. Eu ainda hoje me lembro de uma das edições: "hard cover", vermelha, ilustrada, linda... e cara! Muito cara para duas bolsas de estudantes!
Pois é, tivémos que nos contentar com uma edição "Europa-América", paper back, com meia dúzia de ilustrações a preto e branco e comprada a "meias"!
Chegámos a casa, enfiámo-nos no quarto e lá começámos a leitura. Certo é que não jantámos, e acabámos de ler o livro às 3 da manhã! Lembro-me da C. ir soltando os seus risinhos nervosos, ao longo da leitura, feita em voz alta por mim! A C. dizia, anos mais tarde, que as ilustrações lhe tinham feito falta. Eu não concordo. Ainda bem que não tinha imagens, porque a ideia não é copiar as posições, mas sim como lá chegar obtendo o maior prazer possível! Digo eu, a "anos luz dos primeiros passos"! Retenho na memória um dos meus capítulos favoritos: a arte do mordisco! Vá-se lá saber porquê!

VP dinner's I

In VP dinner's: the best food, the best coca-cola, the best laughs, the best quotes, the best kids, the best talks, the best cookies, the best nespresso... enfim, uma lufada de ar fresco!!!
E, olha VP, esse teu "amigo" saiu melhor que a encomenda!!! ;-) ;-)

VP dinner's

Já ouvi chamarem-lhe muita coisa... agora, pendurar na prateleira e levar marradinhas... jamais... mas essa ainda hei-de experimentar!!! Hmmmm, estará num certo livro?! Ná, deve estar é no documentário!!!
Genial, de génio, absolutamente fabulosa, fantástica... ó pá, até 'tou sem palavras! Olha, é brutal!
Agora vou ficar à espera para ver se a prateleira tem pó!!! E pelo andar da carruagem, é bom que eu tome um anti-histaminico: pó de séculos, teias de aranha e montes de cotão!!!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O massacre dos corações

Pronto, já começou! É um verdadeiro "massacre"! Somos bombardeados por todos os lados: na tv, na rádio, no email, nas redes sociais, nas revistas, nos jornais, nas lojas... Odeio, detesto, abomino, fico "pior que uma barata"! Ainda se fosse apenas na semana que antecede o "evento"... mas não, ainda faltam quase três semanas e o "massacre" já começou! A sério! Que chatice!
De que é que estou a falar? Que raio me deixa tão furiosa? O dia dos namorados ou de S. Valentim, como quiserem. Não é bem pelo dia. Comemora quem quer, como quiser, onde quiser, se gostar ou ligar à data. É pelo massacre! Eu não ligo nenhuma à data, aliás até acho de mau gosto e um pouco piroso, mas há gostos para tudo e temos que respeitar quem gosta.
Já, já gostei, já comemorei e também já descobri que não é por aí... Lembro-me que me "chateava" sempre nesse dia: saíamos tarde para jantar e já estava tudo cheio! O meu futuro ex-marido (na altura ainda meu namorado) ficava fulo com as esperas! Fazíamos a peregrinação pelos restaurantes da "praxe" e acabávamos furiosos um com o outro! Claro, invariavelmente jantávamos mal e tarde! E eu, crédula, a achar que aquela "comemoração" valia alguma coisa. Não, não vale. Vale o que sentimos todos os dias, o que fazemos todos os dias, o que dizemos todos os dias. Vale o sermos ou não capazes de construir, de criar, de entender, de compreender e de o demonstrar nos pequenos gestos do dia-a-dia. Isto sim, é o importante. Porque uma relação não nasce, cria-se, constrói-se todos os dias, nos gestos mais pequenos, nas pequenas acções, no acabar da frase do outro... (desviei-me, isto são outros quinhentos!)
Não gosto, não gosto e não gosto! Detesto este massacre! Quase que nos obrigam a ter "alguém"! Quem gosta que comemore, que compre todos os peluches pirosos, todas as caixas de bombons a dizer "Adoro-te", "Amo-te" e outras frases feitas, mas que deixem em paz quem não liga.
Sim, eu sei, quem não gosta pode sempre "desligar". Pois é, mas o "massacre" vem de todos os lados! Acho que é literalmente impossível escapar! Ou "desligar"! E ainda estão pela frente mais três semanas!
Valha-me Deus!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mudanças

Eu não gosto de mudanças: odeio mudar de casa, de carro, de máquina de café, de impressora... até de telemóvel. Mas, de vez em quando, dá-me para mudar algumas coisas!
Herdei do meu pai o gosto pelo branco nas coisas de casa: nas toalhas de mesa, nas toalhas de banho, nos lençóis da cama... Aos poucos, na(s) minha(s) cozinha(s) as toalhas começaram a ser coloridas e, na mesa da sala, o branco deu lugar ao azul. Fica bem com os pratos! Na casa de banho e na minha cama o branco continua a reinar!
Ora, fartinha de ver a minha cama na mesma, há mais de uma década, ontem decidi que ia mudar! E mudar de uma forma radical! De branco passei a vermelho! É, eu sou "ou oito ou oitenta"! Não tenho meio termo! Modéstia à parte, ficou um luxo! Jamais me passou pela cabeça que uns lençóis vermelhos fariam toda a diferença! Mas fazem! Acho que ganhei um quarto novo! Uma cama nova! Lindo! Acho que até dormi melhor! Claro que ajuda eu "amar" vermelho!
Fiquei foi sem lençóis para o "colchão das visitas"!


(Pssst, TB, não te importas que compre de outra cor para o "colchão", pois não?? )

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Em pausa...

É, tenho andado em "modo pausa"... Não me apetece escrever... mas sim, ler. Por isso voltei a dar umas voltas por alguns dos meus "belogues" favoritos de escrita. Tenho vários, mas confesso que sou viciada neste! Mas isso já se percebeu, não? Voltei a reler alguns dos textos fabulosos que a Sofia Vieira escreveu (e escreve, para deleite de muitos!) nesse "belogue". De todos, mesmo de todos, existe um excerto que me continua a emocionar profundamente. É daquelas coisas que nos dá vontade de termos sido nós a escrever. Acho-o simplesmente fantástico, de uma frieza extrema mas cheio de uma esperança que não tem limites!

"...vivo com esta convicção, a de que acabaremos junto e velhinhos, aflitos com dores nas costas, esquecidos dos nossos nomes e enterrados para sempre nas imperfeições do outro. Tu, a amparares-me amorosamente a papada e eu, a massajar-te os ossos esboroados e a aliviar-te o reumático, numa suave recriminação mútua por não nos termos encontrado antes, como competiria a quaisquer almas que se reclamam gémeas, ambos sabendo que só o meio da vida é pouco, muito pouco, e que já fomos tarde, muito tarde."
Sofia Vieira - umamoratrevido.blogspot.com

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Nas nuvens...

É impressão minha, ou o George Clooney está cada vez melhor??? Não é, pois não?? Está a ficar como o Sean Connery, não está?? A idade caí-lhes bem! Podiam começar a fazer uns clones... O mundo ficava mais bonito e nós, as mulheres agradecíamos! Ok, sem descriminação: alguns homens também agradeciam!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Os "Lugres" da EPA














Esta foto andava perdida na biblioteca do meu pai. É o cais dos bacalhoeiros da EPA, na Gafanha. Para dentro ficavam os extensos terrenos onde se punha o bacalhau a curar ao sol, a zona da seca do bacalhau. O meu palpite é que esta foto deve ter sido tirada nos anos 40, pelo n.º de lugres que se vêem na imagem. A EPA era a "menina dos olhos" dos meus avós. Foi a última das empresas criadas pelos meus avós a sair das mãos da "família", já no fim dos anos 80. E, claro, já depois da morte do meu pai!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Parabenizando...

Parabéns, minha AMIGA!
Quantos? 'Tás a brincar?! A sério?! Não, não pode ser! Se dizes isso, vais ter um monte de gente a rir na tua cara! E a achar que estás a gozar com elas! Juro-te! Nem eu acredito! Já o ano passado te disse que estavas a gozar comigo! É que não dá mesmo para acreditar!
Diz-me lá, eles aí fazem bolo de aniversário para dieta especial? Eh,eh,eh... (Ok, private joke!)
Olha, para além de te desejar aquelas "cenas" todas que se desejam nos aniversários, espero que para o ano, possas estar cá para te dar os parabéns ao "vivo e a cores"... e mais "levezinha", sem os "pedregulhos"!

Ah, 'pera lá, não te safas sem levares as flores! Virtuais, mas ainda assim flores!
cool myspace layouts

cool myspace layouts

But I know this much is true...



("Ai, os sapatos dele debaixo da minha cama...!" - diria a minha mãe, se visse este clip!)

Back?!

Back on the tracks... I think...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Histórias de uma gaveta

Era uma gaveta de básicos. Pretos, brancos e cremes. Ah, e um vermelho. Tudo liso, baço, confortável, prático. Até o vermelho. Material bom, que assentava bem, mas sem graça...
Não foi sempre assim. Já lá tinham morado vermelhos, azuis, rendas, transparências, pretos picantes, corpetes, brancos delicados, sedas... alguns bons apenas para tirar, sem nada de confortável! Uma gaveta cheia de histórias, de segredos, de sussurros, de risos, de prazer... Era uma gaveta divertida, bem disposta, com alguns toques de requinte e muito, muito colorida! A fugir um pouco para o excesso de vermelhos, é certo, mas isso não é defeito, pois não? Até diabinhos lá estavam guardados! Vermelhos, claro!
Um dia, num acto de desespero e loucura, foi tudo para o lixo! Tudo! Apenas lá ficaram as peças que encaixavam no prático, confortável, peças anónimas, sem direito a história ou elogio. Passou a ser uma gaveta como as outras, sem picante, sem segredos, sem "salero"... Por vezes, o olhar fugia-lhe para as peças atrevidas, picantes, divertidas. E as mãos tinham tanta vontade de as trazer e enfiar na gaveta! Mas ganhava o prático, sensaborão e confortável. Para quê gastar dinheiro?
Assim se manteve. Até que...
...timidamente, os olhos passaram a demorar-se ainda mais, as mãos a tocarem, a pegarem e a experimentarem. A imagem no espelho sabia-lhe tão bem... mas ainda não vinham para a gaveta!
Um dia, com pressa, com urgência, abriu a gaveta, olhou... e percebeu que aquela não podia ser a sua gaveta! Só básicos, algodão, sem cor, sem rendas, sem corpetes... Ai, quando se precisa de alguma coisa e não se tem... Então, sem poder perder tempo, agarrou (nem experimentou!), pagou, chegou a casa e vestiu. E despiu! Mais tarde, olhou para a gaveta e imaginou-a a ficar de novo colorida, com segredos, divertida, picante, atrevida, enfim tudo o que já tinha sido. Decidiu-se!
Quem lá vive agora? Básicos (que fazem sempre falta, mas básicos não tão básicos), vermelhos (lindos!), pretos já não tão discretos (mas ainda não muito picantes), azuis (claros e escuros), castanhos, estrelas (muitas estrelas) e mais vermelhos (lindooos!)! Faltam os corpetes, as histórias, as transparências, os segredos, as rendas, os sussurros, as sedas e o prazer...
A gaveta, essa está bem mais divertida! Porque não gastar dinheiro?! O espelho fica tão, mas tão satisfeito! Porque o que importa é a imagem no espelho!

E, para este ano:



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Lost... in memories



Old Boyfriends,
Lost in the pocket of your overcoat,
Like burned out lite bulbs on a Ferris Wheel.

Old Boy friends,
You remember the kinds of cars they drove,
Parking in an orange grove.
He fell in love you see,
With someone that I used to be.

Tho I very seldom think of him,
Nevertheless sometimes a mannequin's
Blue satin dress can make the window
Like a dream
Ah but now those dreams belong to someone else,
Now they talk endlessly
In a drawer where I keep
All my

Old Boyfriends
Remember when you were burning for them?
Why do you keep turning them into
Old Boyfriends?
They look you up when they're in town
To see if they can still burn you down
You fell in love you see
With someone that I used to be

Old Boyfriends
Turn up every time it rains,
Fall out of the pages in a magazine
Old Boyfriends.
Girls fill up the bars every spring,
Not places for remembering.
Old boyfriends
All my old boyfriends
Old boyfriends

Old Boyfriends -Tom Waits and Cristal Gayle

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Hoje, sim! Há sempre uma primeira vez. Estou arrependida de várias decisões. Não as devia ter tomado. Não devia ter feito as escolhas que fiz. Construí várias coisas em cima de pressupostos errados. Os meus alicerces afinal, estão em cima de areia. E as marés estão a levar a areia... e a minha casa a afundar... e eu com ela!
Não, eu não te levo nada a mal. A vida tem que continuar. E a escolha de ficar como suporte foi minha. Só minha. De mais ninguém. Foi a minha escolha errada. Foram as minhas decisões erradas. Porque eu tive alternativas, mas decidi ficar como suporte, como garante. Mas estou arrependida. Profundamente! Nunca devia ter tomado as decisões que me levaram a ficar onde estou, como estou. Porque agora, eu tenho que recomeçar sem suporte. Porque eu não vou ter o que tu tiveste: suporte e garante. Mas, não te preocupes, não é a primeira vez! A vida tem gostado muito de me obrigar a começar de novo, sem suporte, sem garante. Só espero, mais uma vez, ter forças para o fazer!
Segue a tua vida. Eu, quando me puser de pé, vou procurar a vida que perdi há 6 anos atrás! Se é que alguma vez o vou conseguir...

Tanto silêncio!

Ai, que este "belogue" anda(va) tão silencioso!


(...)
I have spoke with the tongue of angels
I have held the hand of a devil
It was warm in the night
I was cold as a stone

(...)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Metacomunicando

Olha, sabes, eu entendo! Sim, entendo alguns dos teus problemas. Compreendo bastante bem alguns deles e concordo quando os assinalas como prioritários. Sem dúvida! Também consigo perceber que não seja algo fácil, para ambos. Porque não é! Para nenhum! Porque eu sinto o mesmo. Que tu também não tenhas dúvidas disso. Já lá estive, também sei o que se sente, o que se diz, o que não se quer... e disso tu não te lembras! Sim, é a tua fase egoísta, dizes. Sempre lá estiveste e não sairás de lá, tenho a certeza. Só o teu umbigo conta, nada mais. O que se passa dentro do outro, pouco ou nada te importa. Apenas o teu ego. Apenas os teus objectivos.
Mas entender e compreender, não obrigam a que se aceitem e se partilhem determinados comportamentos. Se gostas de viver envolto em nuvens negras, diariamente, é uma prerrogativa tua. Mais ninguém tem que o fazer. Tu não sabes viver sem isso, já o percebi. Essas nuvens são-te necessárias para justificar as tuas "fugas". Mas, mais uma vez, compreender-te e entender-te não são sinónimo de o querer, sequer, partilhar. Também eu já estabeleci, há muitos anos, o que não quero. Aliás, lembro-me de dizer, exactamente com as mesmas palavras, algumas coisas que tu dizes. Foi engraçado, ouvir da boca de outra pessoa, aquilo que nós próprios já dissemos... e ter a noção que são um monte de disparates! Não sei se alguma vez chegarás a esta conclusão, mas eu já lá cheguei!

(And this is not "psi" talk! It's just me, whithout my uniform, looking at you, dressed to work!)

A falar é que a gente se entende...

Conversa de engenheiro, conversa de arquitecto, conversa de médico, conversa de designer, conversa de professor, conversa de assistente social, conversa de fisioterapeuta, conversa de vendedor de seguros, conversa de talhante, conversa de advogado, conversa de telefonista, conversa de psiquiatra, conversa de merceeiro, conversa de psicólogo, conversa de bombeiro, conversa de enfermeiro, conversa de polícia, conversa de político, conversa de mediador, conversa de informático, conversa de fotógrafo, conversa de sapateiro, conversa de...

Todos nós "colamos" à nossa conversa aquilo que fazemos!
Há quem saiba "despir a farda" e quem até durma com ela vestida. Sim, quem se esconde atrás do que faz! E quando assim é, ficamos sem saber com quem estamos! Ou com o que contar! Ou o que esperar! Ou como conversar! Ou como falar!
E, como é a falar que a gente se entende: falar de chancas e responderem-nos com chambão, falar de cambeias e responderem-nos com níveis de colesterol, falar de ansióliticos e responderem-nos com aberturas de diafragma, não pode levar a lado nenhum, pois não?

Resumindo e baralhando: se não sabemos ser só "nós", em certas ocasiões, não há quem nos entenda! Se é que estamos dispostos a que os outros nos entendam! Podemos sempre optar por nunca despir a farda! E conversarmos com as paredes. Ou com os espelhos! Mas não podemos querer que os outros nos entendam. Porque os outros também se fartam da conversa e de tentar perceber a conversa! E dizerem-nos: - Fds, pá, vai para o raio que te parta mais a puta da conversa!!!!

(Sim, eu sei! Eu sei! Falta a conversa da "treta", a conversa de "encher chouriços" e a conversa de "puta"!!! Mas essas são usadas por quase todas as profissões (e pessoas), quando nos querem "enrolar". Ou para "empurrar com a barriga" um determinado assunto. E eu gosto de dar o benefício da dúvida, antes de chegar a essa conclusão!)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Christmas Blues?!

E não é que o artigo encaixa, na perfeição, nas últimas semanas? Até com algumas coisas que escrevi!

The New Year

Não, não desapareci... Tenho andado assim!